domingo, 26 de agosto de 2012

Vaginismo


Foi Marion Simms, em 1862, quem primeiro designou e descreveu o vaginismo como um reflexo de defesa da musculatura do solo pélvico. Nele há um espasmo dos músculos perineais, que impedem total ou parcialmente a penetração da vagina, impossibilitando ou dificultando o coito e o exame ginecológico.
No vaginismo grave, além do espasmo da musculatura perivaginal, a paciente contrai os músculos adutores da coxa diante da simples aproximação do parceiro, a ponto de os joelhos ficarem como que colados um contra o outro. Não é de admirar que grande parte dos casamentos não consumados seja de mulheres vagínicas. No entanto, o quadro nem sempre é tão dramático, podendo apresentar diferentes intensidades. Nas formas mais simples, é possível penetração vaginal, ainda que incompleta.
O comum é que as pacientes vagínicas não tenham problemas de desejo nem tampouco com a excitação e o orgasmo. São pessoas perfeitamente responsivas, com boa lubrificação vaginal e que podem considerar a atividade sexual não coital aprazível e até muito gratificante.
O quadro é essencialmente funcional, o que o diferencia daqueles em que há lesões ou anomalias orgânicas que impossibilitam a penetração.
  
Classificação
O vaginismo pode ser primário ou secundário. Conceituamos como primários os casos em que a dificuldade sexual se manifesta desde a primeira tentativa de penetração, daí por que esses pacientes costumam ser portadoras de hímens íntegros ou parcialmente rotos.
Vaginismo secundário é aquele que aparece após um período da vida sexual ativa, determinado por uma motivação suficientemente  forte para estabelecer e condicionar a resposta espasmódica.

Etiologia
Walthard, em 1909, ao publicar em Munique um artigo intitulado “A etiologia psicogênica e a psicoterapia do vaginismo”, chamou a atenção pela primeira vez para a causalidade psicológica dessa disfunção.
O medo é a causa imediata do vaginismo, condicionando os músculos a uma reação de contratura. Inúmeras são as condições que podem determinar o medo da penetração. Ele pode decorrer de tentativas coitais dolorosas e repetidas, na vigência de algum processo orgânico pélvico. Nesses casos, embora o espasmo tenha sido determinado inicialmente como uma reação de defesa ao distúrbio local, a origem psicossomática do quadro se tipifica quando permanece a contratura, mesmo após a remoção das primitivas causas físicas detonadoras.
Com maior freqüência, o vaginismo primário tem sua origem em causas psicossociológicas. É comum encontrar na história dessas vagínicas um tipo de educação restritiva ou punitiva, em que o controle sobre os aspectos sexuais tenha sido tão intenso a ponto de desenvolver uma verdadeira repulsa pela atividade sexual. Em outras mulheres, há vivências sexuais destruidoras, experiências passadas de situações traumáticas, tentativas de estupro, visualização de cenas de sadismo, relatos distorcidos sobre a vida sexual.
Dessa mesma forma, o vaginismo secundário pode resultar de algum processo orgânico causador de dispareunia. Passando a ser a relação sexual uma situação aversiva, a paciente pode ter adquirido o hábito de esquiva que persistiu mesmo após a integral cura do processo orgânico. Quando a mulher é posta em uma situação da qual não é capaz de se esquivar, o medo da dor pode se apresentar de forma tão intensa que se exterioriza fisicamente por violenta contratura, acompanhada de fenômeno doloroso adicional que retroalimenta a cadeia que leva ao reflexo contrátil. Receio de gravidez, fobia de câncer, exames ginecológicos traumáticos e partos difíceis são outras causas que podem determinar o medo e produzir vaginismo.   
As mulheres vagínicas, autoritárias e agressivas dificilmente se submetem ao parceiro masculino. Não se deixam conquistar pelo amor, o que as faria sentir-se inferiorizadas. A relação entre os sexos pode ser sua real característica para se converter numa luta pelo poder conjugal. Elas costumam sagrar-se vitoriosas, pois quase sempre escolhem homens fracos, gentis e resignados como companheiro, os quais podem ser manipulados com facilidade. Com certa freqüência esses homens são portadores de disfunções eréteis primárias; outras vezes, o comportamento tirânico da mulher termina por castrá-lo psiquicamente, estabelecendo nele uma disfunção erétil reativa.
É interessante constatar que também há padrões de personalidade nos parceiros das vagínicas. Em geral, são indivíduos tranqüilos, reflexivos, tímidos, que elas se apressam em classificar como “muito compreensivos”, “delicados”, “inibidos” ou “inexperientes”. Essas rubricas muitas vezes escondem pessoas carentes de assertividade, personalidade passivas e dependentes, quando não servem de máscaras sob as quais se dissimulam disfunções eréteis ou quadros graves de ejaculação precoce.

Diagnóstico
O diagnóstico de vaginismo só deve ser feito por exame ginecológico que, além de evidenciar a disfunção, é capaz de precisar a intensidade do processo.
É importante levantar a história da dificuldade, procurando identificar as variáveis cognitivas e emocionais associadas, bem como caracterizar os medos e as fantasias. Como é freqüente haver disfunção sexual associada, é importante pesquisar os problemas relacionados ao homem.
Com efeito, uma disfunção ejaculatória grave ou um problema de ereção pode impedir a consumação do ato, e a mulher, por inexperiência ou ignorância, julgar-se responsável pelo problema. Essas intojeções são mais freqüentes do que se pensa.
Vale esclarecer, entretanto, que o vaginismo descoberto acidentalmente no curso de um exame ginecológico nem sempre deve ser tratado. A disfunção que exige terapia é aquela por que o par está em conflito, ou quando a paciente não tem parceiro certo. Se há um binômio disfuncional adequado, a harmonia pode ser tão perfeita e as gratificações sexuais sem penetração serem tão intensas que o tratamento isolado de um dos parceiros pode promover a inadequação sexual do par.
Também tem sido discutido se o quadro disfuncional masculino pode ou não ser desencadeado pelo comportamento vagínico da mulher. Acreditamos que, embora isso seja possível, na maioria das vezes a disfunção já existia. De qualquer forma, o exame do homem é um dos passos imprescindíveis do diagnóstico e da terapia do vaginismo, que busca como finalidade precípua não a simples eliminação de processos disfuncionais, mas a adequação intra e interpessoal.

Fonte:

Cavalcanti, R. Cavalcanti, M. Tratamento Clínico das inadequações sexuais. 3.ed. São Paulo:Roca, 2006. p.264-265.

3 comentários:

  1. Muito bom conteúdo. Nós, mulheres vagínicas, precisamos de informação e de divulgação desse problema para nos tratarmos o quanto antes. Eu mesma esperei a vida toda praticamente e ainda busco a cura. Parabéns pelo seu trabalho. Citarei seu blog e esse texto no meu blog, Amor Perfeito.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico muito feliz em poder ajudá-la de alguma maneira, mesmo que a distância, através do blog, de informações!!!
      Essa é uma séria disfunção e que traz sofrimento no dia a dia.
      Precisa de tratamento, sei que o resultado é a longo prazo, mas necessário, para uma qualidade de vida.
      Se precisar de algo que posso ajudá-la, estou a disposição!!!
      Abraços,

      Marcia Eliane
      Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana

      Excluir
  2. A doença pelo HIV nos últimos 3 anos e com dores difíceis de comer e tosse são pesadelos, especialmente o primeiro ano. Nesta fase, o sistema imunológico está gravemente enfraquecido e o risco de contrair infecções oportunistas é muito maior. No entanto, nem todos com HIV continuarão desenvolvendo a AIDS. Quanto mais cedo você receber tratamento, melhor será o seu resultado. Comecei a tomar ARV para evitar a morte prematura, mas eu tinha fé em Deus que eu seria curado algum dia. Como patente do Hiv, recomendamos que você faça tratamentos antirretrovirais para reduzir nossa chance. de transmitir o vírus a outras pessoas, há algumas semanas atrás, procurei na internet se pudesse obter informações sobre o tratamento do Hiv com fitoterápicos. Na minha pesquisa, vi um testemunho de alguém que foi curado do Hiv. O nome dela era Achima Abelard e outra patente do vírus Herpes, Tasha Moore, também prestando testemunho sobre esse mesmo homem, chamado Dr. Itua Herbal Center. Fiquei emocionado com o depoimento e entrei em contato com ele por seu e-mail.drituaherbalcenter@gmail.com. Nós conversamos e ele me enviou um frasco de remédio herbal que eu bebi como ele me instruiu. Depois de beber, ele me pede para fazer um teste de que como eu terminei minha vida de sofrimento da patente do Hiv, estou curado e livre de Arv. Pills.I sou eternamente grato a ele Drituaherbalcenter.Aqui seu contato número 2348149277967 ... Ele me garante que ele pode curar a seguinte doença .. HIV, câncer, vírus do herpes, HPV, pilha, ereção fraca, doença de Lyme, epilepsia, glaucoma ., Tumor cerebral, psoríase, catarata, degeneração macular, doença cardiovascular, diarréia crônica, doença pulmonar. Próstata aumentada, osteoporose. Doença de Alzheimer,
    Demência. Câncer de bexiga, Autismo, Câncer colorretal, Câncer de mama, Câncer renal, Leucemia, Câncer de pulmão, doença Tay tach, Linfoma não Hodgkin, Câncer de pele, Lúpus, Câncer uterino, Câncer de próstata, Convulsões, Fibromialgia, ELA, Hepatite, DPOC, Parkinson Doença genética.Fibrodisplasia progressiva, Síndrome de toxicidade por fluoroquinolona, ​​acidente vascular cerebral, HPV, ereção fraca, inflamação inflamatória do fígado / rim, infertilidade masculina / feminina, doença intestinal, doença de Huntington, diabetes e fibróide.

    ResponderExcluir