quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Revista Madeleine - Sexo sempre incrível: saiba como





Um dos maiores desejos do ser humano é poder ter um sexo incrível, viver os prazeres que este ato proporcional. Mas como e porque existe esta dificuldade?

O sexo com prazer é uma das maiores dificuldades do ser humano, primeiramente por ser um tabu, visto muitas vezes como algo sujo, amoral e desrespeitoso. Ao mesmo tempo, nos dias de hoje recebemos enxurradas de informações e receitas sobre o sexo e o orgasmo.

Essa ambiguidade é uma das questões que mais aflige e confunde o ser humano no que se refere entregar-se a este prazer.

Primeiramente é necessária a disponibilidade física e psicológica do casal. Fisicamente o corpo precisa estar saudável, isso não significa estar com um corpo perfeito, em uma visão estética. Psicologicamente dizendo, esta mente precisa estar aberta a mudanças sobre o conceito de pecado, amoral e sujo que recebemos a vida toda sobre o sexo.

Além disso, é necessária a sintonia do casal. Estar em sintonia, sexualmente dizendo, não significa dizer que deva existir o amor para existir o prazer, esta é uma das grandes confusões e busca do ser humano. Pode sim acontecer, mas não é regra.

A sintonia é o encaixe no beijo, no toque, nos desejos... É ter liberdade de dizer não para o desprazer e dor, liberdade para pedir o que excita e acima de tudo, é entregar-se, perder o controle e permitir que o prazer aconteça.

Tendo a disponibilidade para a entrega ao prazer e a sintonia do casal, ainda tem um elemento importantíssimo, que é o conhecimento do corpo. Conhecer o corpo, suas zonas erógenas, suas sensações é uma característica importantíssima para que o sexo seja incrível.

Para o homem é mais fácil, até porque é na masturbação que acontece boa parte deste conhecimento. E para as mulheres, que vivem ainda o preconceito de se tocar?

É uma tarefa mais complexa, mas não impossível. Tocar-se não significar sentir apenas sua genitália, é tocar o corpo por inteiro, e perceber onde causa prazer e desconforto. Sentir sua genitália com o toque dos dedos ou de um vibrador, é uma maneira de estar em sintonia com seu próprio prazer e tendo prazer sozinha é o primeiro passo para ter prazer a dois.

Estar disponível para entregar-se, havendo a sintonia do casal e cada um tendo o conhecimento do seu próprio corpo são pré-requisitos necessários para que o sexo incrível aconteça.

Lingerie, posições variadas, artigos de sex shop, ambientes preparados e fantasias serão apenas um acessório, necessário, para que, com o tempo o prazer seja apimentado e desenvolvido na relação.

Fonte: 
http://www.revistamadeleine.com.br/2015/11/12/sexo-sempre-incrivel-saiba-como/

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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Todo mundo precisa de terapia? Veja o que dizem os especialistas

Quem nunca ouviu esta frase: “todo mundo precisa de terapia”? É uma daquelas máximas que ganham o mundo e vão passando de boca em boca. Mas será que é verdade? A resposta é não. E a razão é simples: fazer terapia é uma questão de escolha e não dá para obrigar ninguém a isso, pois requer disponibilidade e comprometimento.

“Por outro lado, é fato que grande parte das pessoas viveu situações traumatizantes ou abusivas ao longo da existência e necessita de tratamento para encontrar novas formas de lidar com o que aconteceu”, diz Miriam Barros, psicóloga clínica formada pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e psicodramatista formada pela PUC (Pontifícia Universidade Católica).

Os ganhos são enormes em termos de qualidade de vida, ela afirma. No processo analítico, você adquire autoconsciência e passa a se perceber melhor, prestando atenção nas escolhas que faz. Dessa forma, enxerga como estão seus relacionamentos e, a partir daí, toma atitudes mais saudáveis e construtivas.

Autoconhecimento

Na opinião de Marília Castello Branco, psicóloga dos setores de adolescentes e mulheres do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), todas as pessoas deveriam, sim, cuidar da saúde mental. “Mas existem diferentes maneiras de se chegar lá, a psicoterapia é apenas uma delas. E, apesar de extremamente benéfica, a verdade é que nem todos dispõem de tempo, disposição e vontade de fazer.”

Se você tem dúvidas se deveria ou não investir nesse recurso, considere que há duas formas de enxergá-lo: como tratamento ou forma de autoconhecimento. No primeiro caso, ele vem ajudar a resolver um ou mais problemas, da dificuldade num relacionamento a quadros específicos como depressão, ansiedade, fobia, pânico, envolvimento com álcool e drogas.

No segundo, a pessoa simplesmente recorre a esse instrumento para se conhecer melhor. “A pergunta que devemos fazer é: para que ficar sofrendo se existe uma maneira de lidar com os entraves da vida e, muitas vezes, transformá-los? Questões familiares, afetivas, de trabalho, na relação com o outro – tudo isso pode ser abordado, resolvido, aperfeiçoado”, diz Marília Castello Branco.

Encarando o problema, ele parece menor

É aquela velha história: muitas vezes, falando do obstáculo ou da adversidade, ele fica menor. “À medida que o indivíduo leva seu conflito para a sessão, tudo se torna mais leve e diminui o sofrimento. E, com o passar do tempo, o paciente adquire outras conquistas: autoconsciência, autoestima, autoconfiança. Através do olhar do profissional, percebe uma nova possibilidade de ser visto e valorizado”, explica Miriam Barros.

Antes de se decidir pela terapia convencional, é bom fazer uma reflexão para saber qual o caminho ideal. Todos nós temos o que a psicanálise chama de “subjetividade”. Só que cada um lida com isso de forma particular. “Há sujeitos mais verbais, com aptidão da palavra, que elaboram bem suas questões falando com um terapeuta. Outros são mais fechados, e talvez se deem melhor com trabalhos como arteterapia ou musicoterapia. Há, ainda, os que, para manter a saúde mental, buscam a religião ou práticas como meditação, ioga, contato com a natureza. Enfim, o importante é procurar o que é mais proveitoso para você”, aconselha Marília Castello Branco.

Fonte:
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/11/09/a-terapia-nem-sempre-e-uma-escolha-mas-pode-ser-o-melhor-caminho-para-se-conhecer-melhor.htm

domingo, 6 de setembro de 2015

6/9 - Feliz Dia do Sexo


Que sexo é bom quase todo mundo sabe. No entanto, além de prazerosa, a atividade também pode ter efeitos positivos para o corpo e a mente. De acordo com a terapeuta transpessoal e especialista em sexualidade humana, Antonieta Mazon, fazer sexo garante bem-estar e oferece diversos benefícios, como melhora do sono e da aparência, combate ao estresse, diminuição da fome e até proteção contra gripes.

"Durante a atividade sexual, um grande potencial de energia é acionado, gerando uma descarga energética capaz de relaxar e diminuir a ansiedade. O ato libera hormônios que promovem sensações prazerosas, podendo gerar expressões faciais e corporais que traduzem estados de felicidade e alegria. Os cabelos ficam, em geral, um pouco mais volumosos. É por isso que quando estão excitados ou depois que fazem sexo, os parceiros costumam apresentar aspecto mais saudável e vivaz, contribuindo para que ambos se sintam mais belos e atraentes", esclarece Antonieta.

Há pesquisas em andamento que relacionam a maior frequência sexual à redução de infartos, à diminuição de derrames e à menor incidência de câncer de próstata. O sexo também pode diminuir a fome, pois durante o ato ocorre a liberação de um tipo de anfetamina que regula o apetite.

"Os benefícios não param por aí. Quando somos estimulados pela dose adequada de atividade sexual, o sistema imunológico pode funcionar melhor e proteger o organismo de forma mais eficaz contra gripes e resfriados. Existem, também, indicativos de que a cicatrização é mais rápida para quem pratica sexo regularmente", informa a especialista.

SEXO TAMBÉM É BEM-ESTAR

Durante a excitação, a mulher produz o estrogênio e o homem, a testosterona, hormônios que preparam os parceiros para o ato sexual. Diante desta inundação de substâncias químicas, a circulação sanguínea aumenta, o coração acelera, os pêlos eriçam, a pele enrubesce e a região genital se dilata, devido à grande concentração de sangue.

Nessa hora, outra substância começa a ser liberada no organismo: a endorfina, responsável pela sensação de prazer e satisfação. A liberação máxima desta substância ocorre durante o orgasmo, momento no qual todas as células nervosas do cérebro "descarregam" seu conteúdo bioquímico no corpo, promovendo um estado de relaxamento físico total.

"Este prazer gerado na atividade sexual é também fundamental para o bem-estar psíquico, pois é capaz de aliviar tensões, combater o estresse, aumentar a autoestima, o ânimo e o bom humor. O sexo deixa os amantes num estado de felicidade consigo mesmo e com os outros, promovendo um relaxamento e uma sensação fantasticamente prazerosa", comemora a terapeuta.

VIDA LONGA AOS PRATICANTES

Uma vida sexual ativa também pode aumentar a longevidade. O sexo aumenta a expectativa de vida das pessoas na medida em que oferece benefícios à saúde e promove a tonificação de vários músculos do corpo humano, como pélvis, abdômen, braços e pernas.

"Durante a relação sexual, há uma diminuição da pressão sanguínea corporal e um aumento da circulação, combatendo assim o mau colesterol. Deste modo, pessoas que praticam sexo mais frequentemente têm, como dito anteriormente, menos chances de sofrer um infarto ou um derrame. A atividade ainda traz relaxamento, combate o estresse da vida moderna e, consequentemente, promove melhor qualidade da saúde integral. Isso tudo aumenta a expectativa de vida da pessoa", conclui a terapeuta.

No entanto, é importante derrubar o mito de que a frequência das relações sexuais é um dado importante para uma boa saúde sexual. A especialista defende que a quantidade de sexo depende exclusivamente do desejo do casal. Segundo ela, quando há um descompasso entre o desejo de ambos, é preciso investir no diálogo, para que todos fiquem felizes e satisfeitos.

SEXO CASUAL TAMBÉM FAZ BEM

Um recente estudo da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, revelou que jovens que costumam praticar sexo casual apresentam o mesmo nível de autoestima, satisfação emocional e bem-estar que o grupo de pessoas que mantêm relações estáveis. Para a especialista em sexualidade humana, este resultado derruba o mito de que o sexo casual atua negativamente na saúde emocional de quem o pratica.

"No entanto, é preciso ressaltar que este tipo de atividade sexual, além de aumentar os riscos para a saúde física - com a possibilidade de adquirir doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada e violência e abuso sexual - pode causar uma avaria emocional, caso o praticante não tenha o equilíbrio emocional necessário para evitar um envolvimento afetivo, talvez não correspondido. Nesse tipo de sexo, em que os parceiros mal se conhecem, é preciso ser emocionalmente equilibrado para degustar a experiência na medida certa. Caso contrário, uma ressaca emocional com o gosto amargo da solidão será inevitável", pondera Antonieta.

MULHERES E SEXO

Ao que tudo indica, os benefícios do sexo podem ser sentidos ainda com mais intensidade entre as praticantes do sexo feminino. Na mulher, a atividade pode diminuir a TPM e as cólicas menstruais. Isso acontece por que durante o ato sexual o corpo libera endorfinas e serotonina, além de aumentar a circulação sanguínea na região do períneo, por meio dos exercícios físicos vigorosos do sexo. Tudo isso gera uma sensação posterior de relaxamento, prazer e bem-estar.

"Na fase da excitação, o corpo da mulher libera um chamado estrogênio, que faz bem para a pele, tornando-a mais viçosa e menos flácida, além de melhorar o aspecto do cabelo, que fica mais brilhante", analisa Antonieta.

Fonte: 
http://www.personare.com.br/sexo-faz-bem-para-corpo-e-mente-m1753

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quinta-feira, 2 de julho de 2015

O que é o Transtorno da Aversão Sexual?




Após uma tentativa de suicídio, William, com pouco mais de 40 anos, recebeu indicação médica para fazer terapia. Ele nunca havia tido qualquer tipo de contato sexual.
Semanas após o início do tratamento, o paciente obteve um diagnóstico. Ele tinha o chamado "Transtorno de Aversão Sexual", caracterizado por rejeição extrema e persistente a todo tipo de contato genital com outra pessoa.

"A mera ideia de um ato sexual gera asco, repulsa e ansiedade na pessoa. Ela se sente ameaçada e passa a sentir um medo muito intenso, por isso faz o possível para evitar todo tipo de contato", disse à BBC o psiquiatra Martin Baggaley, diretor do Centro de Saúde Mental do hospital South London and Maudsley, em Londres, Reino Unido.

O transtorno é descrito no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em tradução livre), conhecido como a "bíblia da psiquiatria", e na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial de Saúde (OMS).

As duas publicações são referência no mundo da saúde para o diagnóstico de doenças.
"O critério para fechar diagnóstico é: não ter desejo incomoda? Sabemos que existem abstêmios, chamados assexuados. Não sofrem, não se preocupam. A libido provavelmente está depositada em outra área, na carreira, num projeto de vida, numa obra social. Então, se não incomoda, não vamos categorizar como uma doença", disse à BBC Brasil Carmita Abdo, psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

"Mas se a pessoa tem aversão, muito provavelmente vai se incomodar, porque o sexo está em toda a parte", disse Abdo.

De onde vem?

Este parece ser o caso do paciente William. Durante as sessões de terapia, ele revelou que sua mãe era alcoólatra e promíscua.

Ela flertava frequentemente com os amigos do filho e tinha sido infiel ao marido (o pai de William) várias vezes. Quando William tinha 12 anos, seu pai cometeu suicídio. Em algumas ocasiões, contou o paciente, a mãe tinha tentado seduzi-lo.

O caso de William foi um entre 144 incluídos em um relatório feito pelo especialista americano Patrick Carnes, autor de vários livros sobre transtornos sexuais.

O trabalho identificou, entre pacientes diagnosticados com o Transtorno da Aversão Sexual, alguns pontos em comum. Por exemplo, eles tinham históricos de depressão, além de terem sofrido tipos específicos de abuso.

A aversão estaria relacionada a "experiências traumáticas na infância, famílias desestruturadas, agressões na vida adulta, exposição a sistemas educacionais e morais restritivos e com visão negativa da sexualidade, o que gera medo e repulsa na pessoa", disse à BBC Modesto Rey, ginecologista da Sociedad Española de Contracepción.

Além do Sexo

Os efeitos desse transtorno não se limitam ao plano sexual, explicam os especialistas.

"É um problema para os que sofrem (do transtorno) porque podem querer estabelecer relações sentimentais duradouras com outras pessoas, mas não conseguem", disse John Dean, ex-presidente da International Society for Sexual Medicine (Sociedade Internacional de Medicina Sexual, ISSM na sigla em inglês).

Em alguns pacientes, ele pode dificultar até interações sociais mais básicas. Como no caso da paciente "G", que decidiu, aos 39 anos, procurar terapia no Center for Healthy Sex (Centro para o Sexo Saudável), em Los Angeles, Estados Unidos. Ela nunca havia tido relações sexuais.

A fobia sexual que desenvolveu fez com que se isolasse de tal maneira que ela passou a evitar eventos sociais e situações em que homens pudessem estar presentes. Não se preocupava com sua aparência física, não tomava banho e usava roupas velhas e gastas.
"G" havia sofrido abuso sexual na infância.

Estatísticas e Tratamento

Há poucos estudos científicos sobre esse transtorno, o que dificulta a identificação de um perfil do paciente que tem o problema, segundo especialistas. É provável que o número de pessoas afetadas seja maior do que se pensa, disse o psiquiatra Baggaley. "As pessoas sentem muita vergonha (de falar sobre) esse assunto", explicou ele.

A professora da USP Carmita Abdo disse que, uma vez feito o diagnóstico, o tratamento é feito à base de terapia sexual e, quando necessário, medicação.

"A linha de terapia sexual é breve, de base cognitivo-comportamental, geralmente", disse. "Quanto à medicação, depende da necessidade de cada paciente. Poderiam ser indicados ansiolíticos ou medicamentos que favoreçam o interesse sexual, ou ambos."

O ginecologista Modesto Rey, que também indica terapias de base comportamental, explicou o princípio por trás da terapia:

"Aborda-se o tema e as situações que provocam medo de forma progressiva e, inicialmente, periférica."

Também podem ser usadas terapias cognitivas, ele disse, "para que a pessoa reinterprete a realidade que gera a ansiedade".

Outros especialistas sugerem que a solução para o problema envolva tratamentos psicológicos de longo prazo, que levem o paciente a entender as causas do transtorno para depois definir objetivos futuros.

Fonte:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/05/o-que-e-o-transtorno-da-aversao-sexual.html
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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Entrevista - Programa Boteco na TV - Dia 24 de junho de 2015







Boa tarde!

Quer saber um pouco mais sobre a Sexualidade Humana, em um papo descontraído e informativo?
Programa Boteco na TV, gravado no Bar do Coronel (São José dos Campos), no dia 02 de junho de 2015

Acesse:

https://www.youtube.com/watch?v=hzwU8rOSs9g

Abraços, 

Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana

sábado, 6 de junho de 2015

Falta de libido na mulher





Mesmo neste início do século 21, a discussão franca e aberta entre marido e mulher sobre a falta de vontade sexual é rara e difícil. Uma minoria das mulheres casadas ou em vida quase conjugal seja em namoro ou como companheira constante do mesmo homem, estão prontas a declarar “eu não tenho vontade de fazer sexo”.

Por inibição, vergonha, timidez ou medo de perder o companheiro, preferem fingir que tudo está normal. A palavra libido foi introduzida por Freud para definir uma força interior, poderosa e atuante, que exercida tanto pelo homem como pela mulher, leva a um relacionamento harmonioso e permanente. Desde a época dos estudos iniciais de Freud e Jung, no entanto, notou-se que as mulheres queixavam-se de perda do desejo sexual com maior frequência do que os homens.

Na época pela repressão da sexualidade feminina não era de se estranhar que parcela importante de mulheres se queixava desta falta de libido.  Mas com a liberação sexual que ocorreu nos séculos seguintes, com a vinda da pílula anticoncepcional, com a progressiva liberação de se falar e discutir aspectos íntimos da vida sexual é de se estranhar que um porcentual relativamente grande de mulheres não tenha vontade sexual.

As mulheres que exprimem esta queixa são variáveis para cada país, para cada grupo étnico, para cada segmento de classe social. No Reino Unido concluiu-se após extensa pesquisa junto aos Centros de Primeiro Atendimento que cerca de 40% das mulheres se queixam de queda da libido. Seguramente este número é enganoso, pois se baseia somente nas perguntas básicas sobre vida conjugal e não abrange a imensa maioria das mulheres sem um relacionamento permanente. Provavelmente na Itália, na França, no Brasil este porcentual seja menor, embora as estatísticas são restritas a clínicas e consultórios.

Quais as causas?

As causas psicológicas, sem dúvida, ocupam o primeiro lugar em mulheres com queda da libido. É muito comum a depressão chamada endógena, isto é, que têm origem em conflitos psicológicos não resolvidos e que levam a mulher à tristeza, à falta de ânimo, ao cansaço constante, ao choro por qualquer motivo.

A mulher atual sofre com constante stress, reuniões do nascer do dia até tarde da noite, com metas a cumprir, com objetivos estabelecidos e sob o jugo do esquema que visa resultados, não terá tempo ou disposição para exercitar o seu desejo sexual, estando sempre cansada ou com dor de cabeça. No fundo esta supermulher está exausta.

Outra causa de falta de libido (que espero que seja rara) é o abuso sexual durante os anos escolares, no início da adolescência ou tentativa de estupro. Os psicólogos nos indicam que a falta do desejo sexual na mulher pode vir de trauma nas primeiras relações sexuais com um parceiro totalmente bruto, desagradável, e egoísta. A ansiedade de ter uma performance sexual adequada também pode diminuir a libido e inibir o orgasmo.

Fatores físicos como obesidade, imagem corporal negativa, dificuldades físicas no ato sexual devida ao excesso de peso passaram a ser um fator importante em países como os Estados Unidos com altíssimo índice de obesidade. Obviamente o oposto – a mulher em desnutrição protéico-calórica – não terá condições físicas para ter libido normal.

Na fase pós-parto, em aleitamento, com níveis de hormônio chamado prolactina muito elevado na circulação, há um bloqueio hormonal do desejo sexual. Dentro da mesma linha hormonal a hipófise pode secretar, fora da fase do aleitamento, um excesso de prolactina por um pequeno adenoma (micro tumor). Este excesso de prolactina bloqueia o desejo sexual da mulher. No hipotireoidismo (falta de hormônios da tireóide) existe uma apatia física e mental resultando em queda da libido.

Finalmente todas as mulheres secretam os seus hormônios femininos (estradiol e progesterona). Adicionalmente hormônios tipo masculino (testosterona) são igualmente secretados pela mulher em pequenas quantidades. Aceita-se que a Testosterona na mulher tenha um papel importante no desejo sexual e no orgasmo. A redução da libido pode, também, estar ligada a medicação utilizada, seja por fármacos, antidepressivos, ansiolíticos, bloqueadores da adrenalina e tantos outros. O abuso de drogas ilícitas, obviamente, leva a queda da libido tanto quanto o uso exagerado e constante de álcool.

O tratamento

O tratamento psicológico deve ser um primeiro passo. Neste campo as fantasias sexuais, história de abuso sexual, áreas de atrito constante com o parceiro, excesso de trabalho, stress total, fadiga constante, deverão ser percebidos, diagnosticados e, se possível, eliminados.  O aconselhamento conjugal sempre deverá ser realizado em conjunto com o parceiro e uma franca discussão, um amplo entendimento, uma total exposição dos problemas.

O uso de Testosterona para melhorar o desejo sexual na mulher veio com as mulheres menopausadas (que não produzem hormônios) frequentemente exibirem queda da libido. Estudos realizados nos EUA em cerca de 600 mulheres em menopausa já em reposição hormonal com estradiol (ou similar) foram instruídas para usar um adesivo cutâneo contendo Testosterona na dose de 0,3mg, diariamente. A testosterona atravessa o tegumento cutâneo e passa para a circulação.

Cerca de 400 mulheres completaram os seis meses do estudo. Todas notaram melhora na função sexual seja na libido, no prazer, no orgasmo e na satisfação sexual. O nível circulante de Testosterona foi mantido em valores relativamente baixos para evitar efeitos colaterais como excesso de pelos e acne, além de efeitos somáticos (musculatura). Estes dados confirmam que a introdução de testosterona pode elevar o limiar para uma libido mais atuante tanto em mulheres na menopausa com aquelas em fase de vida fértil.

Fonte:
http://veja.abril.com.br/blog/nutricao-homo-obesus/hormonios/falta-de-libido-na-mulher/

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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Liberdade, sexualidade, visibilidade



Mulheres comuns estão tirando as roupas e exibindo sua nudez. Algumas participam de ensaios de fotos sensuais feitas em estúdio para presentear maridos ou namorados; outras estampam calendários, vendidos para angariar fundos para alguma causa social. Sem motivos aparentes, mães de família de classe média americana, por exemplo, responderam ao apelo de um site para serem fotografadas nuas em alguma atividade banal, como jogar cartas. Suas fotos podem ser vistas por quem quiser visitar o tal endereço na internet. Teria o mundo se transformado em uma grande vitrine e somente quem conseguir certa visibilidade (seja lá qual for o preço) pode fazer parte dele? A liberdade sexual alcançada nas últimas décadas pelas mulheres as estaria incentivando a “assumir” sua sensualidade sem constrangimentos? Seria mais fácil hoje viver a fantasia feminina (antes inadmissível) de ser parte do imaginário erótico masculino? Por que, diante de tanta liberdade para escolhermos estilos de vida sexual e modos inusitados de gerenciar nosso corpo, a exibição deste nos parece tão sedutora? 

Refletir sobre esta associação entre liberdade, sexualidade e visibilidade requer uma pequena – e não tão simples – revisão do percurso da cultura, este complexo patrimônio simbólico produzido por nós mesmos, sem deixar de lado o fato de as mudanças de alguns valores, que antes demoravam mais de uma geração para se constituir, hoje nos atropelarem com novas e inusitadas questões. Dentre elas, as desconstruções radicais de antigas crenças e modos de existência, que aparecem tanto na maneira de viver a sexualidade (independentemente do gênero), incluindo aí os contornos e limites do corpo erótico (principalmente para as mulheres), quanto a “midiatização” do cotidiano. Vale lembrar que a publicidade se apropriou de imagens eróticas femininas para agregar valor às mercadorias. 

Freud foi um dos teóricos mais sensíveis ao papel que a sexualidade humana teria na produção de cultura e, percebendo seu caráter disruptivo, apontou a importância de sua regulação para um gerenciamento da convivência. Para cada época existem comportamentos que são incentivados e aprovados e outros que costumam ser desestimulados e condenados. O apetite sexual das mulheres já foi encarado como uma alquimia de feiticeiras e bruxas prontas a exercer as tentações que culminariam com a perdição da alma humana, mas estão longe de nós os dias em que a sexualidade humana – e o ato sexual, propriamente dito – era tabu. Hoje, esses assuntos fazem parte de uma ciência que se preocupa em nos informar sobre como bem viver.
Mas é justamente por falhar repetidas vezes em conformar as normas e restrições da cultura que a regulam que a sexualidade humana se manteve durante grande parte da história como um tema pouco veiculado. Isto foi particularmente mais verdadeiro em relação à sexualidade feminina, abafada sob diferentes justificativas, fosse pela ideologia judaico-cristã que nos guiou durante séculos exaltando um modelo de mulher assexuada, fosse porque coube aos homens, durante longo período, gerenciar a distribuição de prazer (e de poder) da cultura, tomando para si a parte majoritária. Com isso, as mulheres viveram muito tempo entre dois modelos: o da santa (todas as “mães puras”) e o da prostituta (as mulheres que exalassem sensualidade). Ambos gravitam em torno de uma lógica masculina de compreensão do feminino, fantasia que ainda prende pessoas de ambos os sexos, com aval da cisão promovida pela tradição cristã que tanto dividiu de um lado o amor sexual e de outro o sentimento casto, quanto tentou dar um destino à interdição do corpo materno, santificando-o. 

O recato (cobrir as partes do corpo que pudessem lembrar qualquer sinal de êxtase) foi por muito tempo uma norma, um imperativo que visava acalmar as pulsões eróticas das mulheres, assim como os temores masculinos de uma sexualidade feminina ilimitada. Paradoxalmente este recato como regra abriu a possibilidade para que cada parte do corpo feminino pudesse se transformar em fetiche para os olhos desejosos dos homens (vide o longevo sucesso das revistas com poses sensuais ou com nudez parcial, voltadas para o consumo principalmente masculino). Hoje não só a mulher foi sensualizada e está eroticamente emancipada, como a corporeidade de ambos os sexos ganhou vulto nunca antes alcançado em termos de visibilidade e espaço na vida social. Mas se é verdade que certo “excesso do erótico” pode funcionar como forma de se opor ao longo período de censura e repressão à sexualidade feminina, também é verdade que a mídia contemporânea incentiva a cultura atual à exaltação do corpo. Esta passagem do recato à visibilidade não é gratuita. 

Vivemos em sociedades cada vez mais complexas em que o excesso de imagens exige-nos a tarefa permanente de traduzir e discernir este “a mais”. Há uma articulação constante entre a prevalência de imagens, a circulação de informações e estímulos velozes e simultâneos e a produção e consumo de narrativas. Sabemos que a imagem nos constitui e dela nos apossamos em um constante movimento de subjetivação para nos apresentarmos, nos comunicarmos, nos seduzirmos e sermos seduzidos. Se hoje dependemos muito mais do olhar de reconhecimento dos outros sobre nós para afirmar e reafirmar nossa existência e nosso valor, a mídia se alimenta do interesse e acena o tempo todo com a possibilidade de alguns minutos de fama. Ficamos diante desta tênue fronteira que a lógica do consumo e do espetáculo impõe à ética e que descortina ao menos dois fatos da atualidade. Primeiro: cabe à cultura conciliar uma civilização mais erótica e ao mesmo tempo mais livre e mais justa sem que isso se confunda com fundamentos moralistas de comportamento sexual. Segundo: cabe a cada um o gerenciamento da exposição de sua imagem, incluída aí a difícil administração dos apelos sedutores aos minutos de fama, cada vez mais acessíveis, que muitas vezes alimentam nossa sede de amor. Difícil tarefa.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/liberdade_e_sexualidade__visibilidade.html

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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Contato

Bom dia!

Venho comunicar a mudança do telefone do meu consultório:
(12) 3014-48-03
marcia_psic@yahoo.com.br

Abraços, 

Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialistas em Sexualidade Humana
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Sobre o Machismo e a Sexualidade Feminina



Há muito se fala sobre liberação sexual, feminismo e direitos das mulheres. Ao mesmo tempo, construindo-se em outra via, se fala também sobre o machismo e sobre as consequências de uma sociedade machista para seus membros. Mas o que seria a sexualidade da mulher? O que se chama de machismo? Por fim, qual seria a ligação entre as concepções machistas que permeiam até hoje em nossa sociedade e a vivência plena da sexualidade da mulher?

Desde os primórdios da psicanálise, Freud construiu uma noção de sexualidade que vai muito além do ato sexual. Quando se pensa na concepção de sexualidade na teoria psicanalítica, não se pode pensar apenas em relações sexuais e de que forma elas acontecem. Na verdade, segundo essa concepção, o sexual seria a base de todos os nossos investimentos afetivos, mesmo que muitas vezes apareça atuando de forma quase imperceptível. A sexualidade da mulher, por exemplo, abrange desde seu desenvolvimento – que é psicossexual – até as escolhas  que fazemos na vida adulta. A sexualidade infantil, por exemplo, é um fato.

Já o machismo consagrou-se pela máxima de que homens, simplesmente por serem homens, tem certos privilégios que podem ser observados, principalmente, em suas participações na social. Por muito tempo, acreditou-se que o homem deveria ganhar mais do que a mulher, que ele teria direitos a mais por ser homem e que a submissão da mulher perante o homem era algo quase que “natural”. É como se “naturalmente” as mulheres devessem estar à disposição do homem, já que esse seria um dos papéis que fazem parte de sua essência.

Quando a gente lê esse tipo de coisa sobre o machismo, a gente tende a achar que isso é coisa do passado, que isso não existe mais. Hoje homem chora, ajuda na cozinha, ganha o mesmo ou até menos que muitas mulheres. Bom, isso é verdade, mas não é bem essa a questão. A questão é que a sexualidade da mulher ou a expressão dessa sexualidade faz com que possamos perceber o quanto ainda estamos presos à concepções machistas e pior: o quanto que ainda alimentamos o machismo em nosso cotidiano, em nossas relações. Talvez seja difícil de entendermos isso no primeiro momento, mas alguns exemplos de frases e de situações que são ditas e que ocorrem diariamente podem nos ajudar:

1 – “Homem solteiro pode ficar com quem e com quantas ele quiser. Já a mulher deve se preservar , pois se fizer o mesmo que o homem, ganhará fama” – eu desafio qualquer pessoa a me apresentar uma justificativa aceitável, que não seja o simples fato de uma pessoa ser homem e a outra ser mulher, para essa frase. Ahh, então eu estou dizendo aqui que as mulheres que ficam com outros caras depois do fim de um relacionamento não ganham fama, que isso é uma mentira? Pelo contrário, ganham fama sim. E por muitos motivos: porque somos hipócritas, porque aprendemos desde cedo que mulher pode fazer apenas tal coisas e homem outras coisas e por aí vai. Tá tudo errado. Mas nada justifica, de forma racional e clara, uma fama de garanhão para o homem nessa situação e outra fama de vagabunda para a mulher na MESMA situação. E outra: o que é mesmo uma VAGABUNDA? Por que elas fascinam tanto as fantasias das mulheres que as apontam?

2- “Mulheres não podem usar roupas muito curtas ou coladas, pois esse tipo de roupa provoca os homens” – Gente, tadinho dos homens! Sinto pena até! Não podem estar na presença de uma mulher de roupa curta porque já se sentem provocados por elas! Muitas vezes poderia passar pela cabeça deles que elas estão com essa roupa porque elas querem, porque se sentem bem com elas, porque até querem provocar alguém, mas não todo mundo, etc; E mais: a roupa curta de uma mulher não pode servir como justificativa para o ato de uma outra pessoa. Mas quem nunca escutou “ah, eu fiquei com ela mesmo, ela tava de roupa curta, me provocando, aí eu sou homem, né? Como é que eu ia deixar passar?” Sério, homem (das cavernas)? Então defina pra mim o que você entende por “provocação”.

3 – “Aquela fulana foi estuprada porque ela mesma provocou” – Ninguém é estuprado porque quer, se fosse por desejo de ambas as partes, já não se configuraria como estupro! E outra, mais uma vez: o que estamos chamando de “provocação”? Um vestido curto? Ok, então meu vestido curto é um convite para que você me estupre. Sério, essa é a lógica? Continuo sem entender.

4 – “Homem que cozinha e que cuida dos filhos com muito afeto é gay” – É gente? Gay? Ok, então vamos lá: um heterossexual é aquele que trabalha, ganha dinheiro, não é afetuoso, é sério, não ri muito e também não chora, pois não pode mostrar suas fraquezas. É isso? Olha, essa concepção é bem equivocada, mas diante de outras, é o mínimo que se pode esperar. Tem gente que acha que gay é aquele que “toma vinho sozinho” (?!). Então.

5 – “Mulheres que trabalham fora esqueceram de seus filhos e esses filhos não são bem criados” – Essa é uma concepção comum entre as próprias mulheres, diga-se de passagem. Muitas delas acreditam também que mãe mesmo é aquela que teve seu filho de parto normal, pois cesariana te priva da experiência da dor. Outra coisa comum é as mulheres acharem que, uma vez mães, não são mais mulheres, são mães. E pronto. Toda a sexualidade por água abaixo. Sobre ser “bem criado” ou não, essa é uma outra concepção a se pensar: o que significa ser “bem criado”? É estudar, trabalhar, não falar palavrão, não usar drogas, é isso? E se a mesma pessoa estudar muito, mas mentir pros pais e dizer que estava em um lugar x quando estava em um lugar y, ela é bem criada? Ou se estudar, ser gentil, mas um dia fugir da escola para beber e ir pra praia com os amigos, ela é o que? E se for do seu filho que falaram, ele é o que?

6 – “Mulheres devem aceitar que trair faz parte da natureza do homem” – Pois é, a NATUREZA…maldita hora que resolveram colocar a biologia dentro das concepções de gênero masculino e feminino. Desde que fizeram isso, ficou permitido se pensar em um homem que NATURALMENTE  faz e pode fazer x coisas e em uma mulher que NATURALMENTE tem x e y características. A verdade é que quem nomeia o que seria natural de cada gênero é a própria sociedade, já dizia Judith Butler. Bem aí, já há uma contradição: uma noção construída pela sociedade, por nós, dentro de um certo contexto histórico, não pode ser, ao mesmo tempo, algo tão NATURAL  assim. Se você quer acreditar que é da essência do homem trair, ok, isso é uma escolha sua. Mas não diga que isso é NATURAL, que é um direito dele, que Deus criou o homem assim, porque olha, não é bem isso aí não.

7 – “Trair não é da natureza da mulher” – Sério? Hahahahahahahah

8 – “Mulheres casadas PRECISAM engravidar para se sentirem completas” – O velho mito que ronda a maternidade. Ela seria algo tão maravilhoso que Freud escreveu que as mulheres só superam sua inveja de ter um pênis pelo desejo de terem um filho. Pode ser. Para algumas mulheres, sim. A dificuldade (das próprias mulheres, muitas vezes) é ACEITAR que existem no planeta Terra algumas outras mulheres que tem outras prioridades. Que são heterossexuais, que amam seus maridos, mas que não querem ter filhos, simplesmente porque, nelas, não há esse desejo. Pode ser que ele venha, pode ser que não. Mas isso só quem sabe é cada uma delas. Mas o que se vê é uma outra história: mulher tendo filho porque a sociedade está lhe cobrando, porque o marido ( e somente ele) quer, porque ela já é casada, então ela tem que ter um filho porque todo mundo tem que ter um filho, mulher abrindo mão de outros sonhos e de outros desejos seus, mais importantes naquele momento, para terem um filho, pois a família dela acha ter um filho mais importante do que os desejos dela mesma. E por aí vai. Ser mulher passa por inúmeras questões que não podem ser resumidas apenas na maternidade.

Todas essas premissas acima dizem respeito a uma diferença de gênero. Só isso. Uma pessoa pode ou não pode fazer alguma coisa simplesmente porque é do gênero X ou Y. Essas concepções fazem parte de nossa realidade atual. Acaba que, no fim das contas, de uma maneira ou de outra, somos julgados por termos um desses dois gêneros. Um alerta: a concepção dual de gênero vem caindo cada vez mais. Muitas das características que eram atribuídas somente para descrever uma mulher agora são de domínio do outro gênero. Explico: um homem heterossexual, que é casado com uma mulher, mas que gosta de vestir peças do vestuário feminino é de que gênero? Outra: um homem heterossexual, que é casado com uma mulher, mas que faz uma cirurgia para feminilizar seu corpo, pois assim se sente melhor, é de qual gênero?

Se colocarmos um pouco a cabeça pra funcionar, veremos que concepções baseadas apenas no argumento dualidade de gênero não podem mais se sustentar. Se você realmente acha que mulheres devem trabalhar menos que homens, que devem ser submissas a eles e que devem ter menos direitos que eles, assuma que isso faz parte do seu desejo, da sua fantasia, e viva isso! Mas não venha me dizer que isso é o “natural”, pois está na “essência” de cada gênero.

Por: Giovana Vieth

Fonte: http://www.blogsoestado.com/diva/2013/05/14/sobre-machismo-e-sexualidade-feminina/