sábado, 30 de julho de 2011

Anorgasmia

Também chamado como transtorno orgásmico feminino, é definido como a inibição recorrente ou persistente do orgasmo feminino, manifestada pelo atraso recorrente ou ausência de orgasmo após fase normal de excitação sexual, que o clínico considera como sendo foco, intensidade e duração adequada. O transtorno diz respeito à incapacidade da mulher atingir o orgasmo pela masturbação ou coito. As mulheres que conseguem atingir o orgasmo com um desses métodos não são necessariamente classificadas como anorgásmica1.
O orgasmo tem um significado biológico e psicológico. Nos homens  e nas mulheres, o significado está ligado à sensação de prazer e ao relacionamento subsequente, com maior ou menor intensidade, à relação estabelecida com a parceira. O significado biológico é diferenciado entre homens e mulheres. Enquanto nos primeiros, o orgasmo se associa frequentemente à ejaculação, nas mulheres ainda não se conhecem nenhuma correlação biológica do orgasmo2.
Em termos psicodinâmicos, as causas da disfunção orgásmica podem ser entendidas2:
·                     Falta de técnica do parceiro, associada à sentimentos de culpa em relação ao sexo, por parte da mulher;
·                     Deficiência feminina em assumir um “papel erótico”, ou seja, evidenciar sua sexualidade, sensualidade;
·                     Temor à satisfação plena;
·                     Não resolução da evidência da “perda do pênis”;
·                     Traumas sexuais (abuso, defloração dolorosa);
·                     Situações existenciais (falta de atração, fadiga, conflitos conjugais, depressão, coito interrompido, etc).
As técnicas gerais (de preparação) para o tratamento da anorgasmia feminina são3:
            Relaxamento: são apresentados exercícios para que a mulher aprenda diferentes maneiras de relaxar, de melhorar sua percepção corporal e de identificar estados e pontos de tensão muscular que podem desfavorecer o desempenho sexual.
Auto-erotização: é um exercício feito principalmente no momento do banho, no qual a  mulher explora o próprio corpo (neste momento, sem incluir os genitais) e se permite reconhecer as regiões erógenas e o prazer sensorial, visando o bem-estar e o relaxamento.
Biblioterapia: são indicadas leituras diárias, em livros e textos sérios e de qualidade sobre sexualidade e orgasmo feminino para que a mulher se aproxime do assunto e adquira conhecimentos importantes para corrigir possíveis distorções cognitivas e também para facilitar a execução dos exercícios sexuais.
      Técnicas de auto-conhecimento corporal: com o auxílio de um espelho, a mulher se olha (primeiramente de roupa e, num segundo momento, nua) procurando observar com atenção as partes do corpo, perceber como se sente ao vê-las, o que agrada, o que pensa sobre elas, etc. Tal técnica tem por objetivo facilitar o processo de aprendizagem do comportamento orgásmico. Também é solicitado que, após se observar, a mulher anote todas as sensações, sentimentos e percepções e as leve para a próxima sessão de terapia sexual, a fim de que esses afetos sejam trabalhados com o auxílio do terapeuta sexual. 
Após a execução desses exercícios preparatórios, o terapeuta pode propor técnicas mais específicas para a dificuldade em questão, como:
 Foco ou focalização sensorial: exercício proposto ao casal e que consiste de duas partes. Na primeira, cada um faz massagem no corpo todo do outro (sem incluir os genitais e os seios), iniciando pelas costas e depois partindo para  frente. A segunda parte dessa prática, inclui a primeira e termina com carícias nos genitais, sem exigência da penetração. Este exercício permite o desenvolvimento de intimidade, comunicação verbal e não-verbal entre o casal.

Masturbação: consiste em a mulher explorar manualmente seus genitais, buscando se concentrar nas regiões mais excitantes e prazerosas. Desta forma, ela adquire auto-conhecimento e aprende formas de obter orgasmo.
Manobra de ponte: para mulheres que já sabem obter o orgasmo através da manipulação clitoridiana, este exercício consiste em a mulher ir experimentando o orgasmo clitoridiano com o pênis introduzido. Em uma posição que seja possível a penetração e também a estimulação do clitóris, no momento em que a mulher estiver experimentando o orgasmo via clitoridiana, o pênis deve ser introduzido.     Posteriormente, a estimulação manual do clitóris vai sendo interrompida cada vez mais cedo e a penetração é mantida, até o ponto em que o orgasmo ocorra sem a manipulação e somente com a penetração.
Psicoterapia: um tratamento, um bom recurso para o ser humano aprender a lhe dar com seu sofrimento e com questões que afligem naquele momento.


Referências:

1. Kaplan HI, Sadoch BJ, Grebb JA.Compêndido da Psiquiatria. 7ed. São Paulo: Artemed; 1977.
2. Abdo CHN, organizadores. Sexualidade humana e seus transtornos. 2.ed. ver e ampl. São Paulo: Lemos Editorial; 2001.
 3. Cavalcanti R, Cavalcanti M, Rodrigues Jr. OM, Zeglio C.Algumas técnicas para o tratamento da anorgasmia feminina. Portal da sexualidade (internet). Acessado em http://www.portaldasexualidade.com.br/Profissionais/Interna.aspx?id_conteudo=446&id_secao=126&id_item_secao=23


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entrevista...Virgindade!

Deixo aqui mais um trabalho em vídeo, agora sobre virgindade!!!
Vale a pena ver, refletir e divulgar!!!


http://www.youtube.com/watch?v=oMFDDckPO8w
ou
http://quebratabu.com.br/category/programa/



Abraços, 


Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana