terça-feira, 12 de novembro de 2013

Homem que diz ter várias ereções seguidas costuma estar mentindo





O homem que se gaba por ter duas, três, quatro ou mais ereções consecutivas –sem pausas para descanso– provavelmente está mentindo. De acordo com o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Junior, professor do ambulatório de sexualidade da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), "Um pênis grande e ereto, que nunca amolece, é coisa de filme ou fantasia".

O médico conta que já foi convidado para acompanhar algumas vezes a produção de filmes pornográficos. Segundo ele, nos bastidores, atores recebem injeções, normalmente usadas em pacientes diabéticos com disfunção erétil orgânica, para que a ereção seja mantida por períodos prolongados.

O urologista da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) Alexandre Aranha Trigueiro, por outro lado, conta um caso único, publicado em 1998 no Journal of Sex Education and Therapy (Jornal de Educação e Terapia Sexual, em tradução livre), de um homem de 35 anos que conseguiu seis orgasmos ejaculatórios completos em um intervalo de 36 minutos.

"Casos assim são raríssimos, estão fora dos padrões médicos de normalidade e não representam a realidade dos homens", diz o urologista.

Não se sabe quantos indivíduos são capazes de tal façanha, mas seu número extremamente reduzido nem permite à ciência detectar as causas bioquímicas da potência repetitiva.

"O artigo da renomada revista científica explica o caso apenas de forma subjetiva e superficial; o indivíduo analisado acredita que simplesmente aprendeu a fazê-lo", diz o médico  paraibano. Ele não acha, entretanto, que esta seja uma habilidade adquirível com treino e disciplina. "É algo que só ele consegue". 

Homens superpotentes não são frequentes

Tanto a duração de uma relação sexual como sua frequência e período das pausas entre uma transa e outra costumam ser critérios de qualificação de desempenho, mas dependem de uma somatória de fatores muito relativos. Entre eles, disposição para o sexo, desejo pela parceira ou parceiro, tempo que a relação já perdura (quanto mais "fresco" o casal, mais fácil é o apetite), a idade de cada um e a presença de doenças ou disfunções hormonais, além do abuso do álcool, tabaco, drogas e do nível de estresse cotidiano. 

Segundo a professora Maria Alves de Toledo Bruns, líder do grupo de pesquisa Sexualidade Vida, sediado na USP e financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), machos superpotentes não fazem parte do espectro de pacientes nem do leque de entrevistados nas pesquisas. "Ao contrário, homens, inclusive os bem jovens, vivenciam problemas graves de disfunção erétil, principalmente por ansiedade", diz. 

O maior agente causador desta ansiedade, que prejudica a ereção, é a própria cultura de valorização da quantidade de ereções. O homem se sente pressionado a cumprir o que diz que sabe fazer. "Ele entra em um processo de insegurança emocional, principalmente se está com alguém muito atraente e que traz para a cama expectativas de um desempenho excepcional", afirma a professora. 

Ao professor Amaury Mendes Junior parece óbvio que, no Brasil, a questão toda seja cultural. "A mulher tem de ser sensual e o homem, garanhão". Para ele, ainda não é a inteligência que conta, mas se o objeto de desejo parece ter um bom desempenho sexual. 

Por que a segunda ereção é difícil?

Os pesquisadores americanos William H. Masters and Virginia E. Johnson sistematizaram nos anos 1970 o que se chama ainda hoje de Ciclo de Resposta Sexual Completo, dividido em quatro fases:

1. Desejo: através de um pensamento ou estímulo sensorial tenho vontade de transar;

2. Excitação: é contínua e pode durar de 30 segundos a vários minutos, dependendo do indivíduo. É nesta fase que o homem tem a ereção plena, podendo ocorrer penetração.

3. Orgasmo: descarga de intenso prazer, com duração média de três a 15 segundos.

4. Resolução: estado de bem-estar após o orgasmo, podendo durar de minutos (dois a cinco, em jovens com menos de 20 anos) a horas ou vários dias (mais comum depois dos 50 ou 60 anos). 

No homem, a quarta fase caracteriza-se como período refratário --quando o organismo necessita de repouso, não aceitando mais estímulo sexual. Nele é fisiologicamente impossível ter orgasmos adicionais. "Sua duração pode variar, de acordo com a pessoa, de poucos minutos a vários dias", diz Trigueiro. 

A maioria dos homens não consegue iniciar ou manter uma ereção durante este período e muitos têm a sensação de saciedade, com desinteresse temporário por mais atividade sexual. O pênis pode ficar bastante sensível e "qualquer ato sexual subsequente pode se tornar doloroso", diz o urologista UFPB.

Fonte:

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A mulher e sua posição na sociedade - Da antiguidade aos dias atuais.



Quando se procura entender o papel da mulher na sociedade, há de se voltar o olhar para os primórdios da existência de nossa sociedade, dando ênfase à formação do sujeito, seus grupos e classes sociais. 
Desde a colonização do Brasil, o papel da mulher brasileira perpassa por funções às vezes exóticas, ora degradantes e até desumanas. Elas foram admiradas, temidas como representantes de Satã e foram reduzidas a objetos de domínio e submissão por receberem um conceito de “não-função”, tendo sua real influência na evolução do ser humano, marginalizada e até aniquilada.  
Para uma visão das primeiras mulheres brasileiras, se pode usar o olhar que consta da obra organizada por Del Priore (2001), iniciada com “relatos de viajantes que observaram a cultura indígena no Brasil colonial” (p. 11). 
Naquela época, os costumes heterodoxos eram vistos como indícios de barbarismo e da presença do Diabo. Do nascimento à velhice, as mulheres Tupinambás recebiam tratamentos e tarefas enredadas à selvageria e com marcas de barbarismo. Esta pode ser uma visão estrangeira das mulheres Tupinambás, mas para aquele povo, tudo era feito seguindo as determinações de sua concepção da natureza humana. 
Talvez, ainda hoje, o inconsciente das mulheres brasileiras esteja atrelado às idéias passadas por gerações. O desregramento, pecado e danação originados da fragilidade moral do sexo feminino tiveram enorme utilidade ao “poder” social masculino, e ao “bem estar” feminino. 
No texto de Emanuel Araújo (citado por Del Priore, 2001), no Brasil colonial, “abafar” a sexualidade feminina seria o objetivo de Leis do Estado, da Igreja, e o desejo dos pais, visto que “ao arrebentar as amarras (...) a sexualidade feminina (...) ameaçava o equilíbrio doméstico, a segurança social e a própria ordem das instituições civis e eclesiásticas”.(p.46). 
Era função da Igreja “castrar” a sexualidade feminina, usando como contraponto a ideia do homem superior a qual cabia o exercício da autoridade. Todas as mulheres carregavam o peso do pecado original e, desta forma, deveriam ser vigiadas de perto e por toda a vida. Tal pensamento, crença e “medo” acompanhou e, talvez ainda acompanhe, a evolução e o desenvolvimento feminino. 
Até o século XVII, só se reconhecia um modelo de sexo, o masculino. A mulher era concebida como um homem invertido e inferior, desta forma, entendida como um sujeito menos desenvolvido na escala da perfeição metafísica. No século XIX a mulher passa de homem invertido ao inverso do homem, ou sua forma complementar. 
Mesmo no Brasil recente, existiam diferenças entre homem e mulher, relacionando sua submissão a sua estrutura física e biológica. Se a diferença entre gêneros era voltada para a relação anatômico-fisiológica, o sexo político-ideológico vai comandar a oposição e a descontinuidade sexual do corpo, dando arcabouço, justificativa e até impondo diferenças morais aos comportamentos masculinos e femininos, estando em acordo com a exigência de uma sociedade burguesa, capitalista, colonial, individualista e imperialista existente , também, nos países europeus.  
Segundo Cutileiro, 1971; Peristiany, 1965; Pitt-Rivers, 1954; Schneider, 1971 (citado em Pereiro, 2004/2005) o modelo cultural básico da antropologia do mediterrâneo definiu o binômio categorial “honra / vergonha”, de acordo com o qual, o homem mediterrâneo tinha que conservar a honra, entendida como estima, respeito e prestígio. 
Este código moral afirma no homem valores como a defesa da posse de bens, a lealdade, a proteção da família, a garantia de reputação social e profissional. Nele a mulher devia gerir a casa, tê-la limpa, cuidar do esposo e dos filhos, ser recatada, ir à missa e ser decente. A sexualidade e a fertilidade femininas eram vistas como uma ameaça à honra e um perigo, requerendo o controle do homem. A vergonha era interpretada como um código moral que sancionava a virgindade e a castidade. Se a mulher se tornasse cúmplice da vergonha, o homem estava obrigado a retaliar esse comportamento com o objetivo de recuperar a 
honra. 
No século XIX, a sociedade burguesa inicia a discussão sobre os gêneros. O sexo definiu as diferenças entre macho e fêmea, já o conceito de gênero refere-se à construção cultural das características masculinas e femininas, fazendo-nos homens e mulheres. “O gênero é a definição cultural da conduta entendida como apropriada aos sexos numa sociedade dada e numa época especifica. (...) É um disfarce, uma máscara, uma camisa de força na qual homens e mulheres dançam a sua desigual dança”.(Lerner, 1990, p. 339 
citado por Pereiro, 2004/2005). 
Um papel feminino estabelecido culturalmente, até a atualidade , é o da mulher como esposa. O aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho fabricados e manejados por homens, deu ao marido um motivo de acúmulo de bens. Isto levou à inversão da estrutura familiar, passando a mulher para o clã do marido. Da antiguidade à idade média, os casamentos eram combinados sem o consentimento da mulher e, a união, não consagrava o amor e sim um contrato entre o pai da noiva e a família do pretendente. 
Com o objetivo de aumentar as riquezas da família, os grupos recorrem à regra da exogamia, que interdita o casamento com um membro da família. Surge então a proibição do incesto, obrigando a formação de alianças não só através da troca de bens, como também de mulheres. A fecundidade era indispensável ao casamento, sendo a esterilidade levada ao repúdio e o adultério implicava no abandono ou até a morte da mulher. 
Por volta do século XVIII, o amor romântico se torna o ideal de casamento, o erotismo expulsa a reserva tradicional e coloca à prova a duração do casamento. Como o amor-paixão em geral não dura, o amor conjugal ligado a ele também não. A procriação deixa de ser a finalidade principal do casamento, e os propósitos econômicos e psicológicos do casal passam a ser os objetivos centrais. A ideologia do amor romântico é usada para justificar a ausência de filhos. Como o casamento acontece por escolha e decisão dos cônjuges, a relação conjugal passa a ser mais importante. 
A revolução sexual e a emancipação feminina tiveram um papel fundamental nas mudanças que vêm ocorrendo no casamento, no amor e na sexualidade ao longo da modernidade, resultando em transformações radicais na vida e intimidade das pessoas. Atualmente as mulheres estão avançando nas áreas da cultura e da política. O povo brasileiro elegeu 288 mulheres para o cargo de prefeito e 5000 para o cargo de vereadoras nas eleições de 2004. Nos últimos 15 anos, entraram no mercado de trabalho brasileiro mais de 12 milhões de mulheres. Nos dias atuais, mais de 30 milhões de mulheres trabalham fora de casa. 
Apesar disso, as mulheres têm ainda um longo caminho a percorrer. Ainda hoje se estabelecem grandes “distâncias” entre homens e mulheres, e são importantes os conflitos emocionais que decorrem desse convívio. 

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