sábado, 1 de outubro de 2011

Sexo Oral: Como reduzir os riscos de infecção


     Historicamente, tem sido muito difícil estabelecer qual a participação do sexo oral na transmissão do HIV, uma vez que poucas pessoas praticam somente o sexo oral. A maioria das pessoas também praticam sexo anal e/ou vaginal, que são reconhecidamente formas de infecção quando há relação sexual desprotegida, sem preservativo.

     Mesmo com o relato de vários casos nos quais a transmissão do HIV tenha sido aparentemente por via oral, sempre houve uma tendência de se priorizar, nas campanhas e materiais de prevenção, as outras situações de maior risco.
     Essa informações têm deixado as pessoas confusas sobre a necessidade e as opções de redução do risco do sexo oral.

Risco de Infecção
     A probabilidade de transmissão do HIV depende do tipo de contato envolvido. O vírus, geralmente, é transmitido por meio de sexo anal e sexo vaginal sem proteção (penetração sem camisinha); por meio do compartilhamento de seringas e agulhas infectadas entre usuários de drogas injetáveis; da mãe infectada para o filho na gestação ou na hora do parto; por meio de transfusão de sangue não testado. 
     O sexo oral sempre foi tido como uma atividade de menor risco, mas nunca foi considerada sem risco algum. Vale lembrar que outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, herpes e gonorréia, podem ser facilmente transmitidas via sexo oral.

Quando é mais perigoso
     O risco de transmissão do HIV por sexo oral é maior quando você ou seu parceiro (a) tem uma doença sexualmente transmissível (DST) não tratada, como gonorréia ou sífilis. Também é mais perigoso se você tiver cortes abertos, úlceras ou machucados em sua boca, garganta infeccionada, amigdalite ou alguma doença na gengiva. 
     Os exames de carga viral quase sempre encontram rastros do HIV no sêmen. A presença de alta carga viral no sangue também significa que a carga viral do sêmen é alta. O contrário não é necessariamente verdadeiro: mesmo que a carga viral no sangue seja indetectável, o vírus pode estar presente no sêmen. 
     Portanto, é errado acreditar que a terapia anti-HIV (o coquetel) reduz o potencial de infecção do sêmen ou que evita a infecção em relações sexuais desprotegidas. 
     Os níveis de HIV no fluido vaginal também variam, aumentando durante a menstruação, período em que o sexo oral é mais perigoso.

Fonte:

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Transtorno de Preferência Sexual ou Parafilia

Usando a palavra "parafilias" para substituir o conceito de "perversão" é uma descoberta da sexologia do século XX. Não é apenas um novo nome diagnóstico.
Ele pressupõe uma abordagem humanista, que integra as descobertas científicas da função do cérebro, como a neurociência quer até as manobras sistêmica1.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística (quarta edição), o DSM-IV, faz parte da classificação de Parafilias os seguintes diagnósticos do DSM.IV:
Exibicionismo,
Fetichismo, 
Frotteurismo,
Pedofilia,
Masoquismo,
Sadismo,
Fetichismo Transvéstico,
Voyeurismo e  Parafilia Sem Outra Especificação, como
Escatologia Telefônica,
Necrofilia,
Parcialismo,
Zoofilia,
Coprofilia,
Clismafilia e
Urofilia2.
E pode-se defini-los como3:

Exibicionismo: exposição dos órgãos genitais para um estranho.
Fetichismo: uso de objetos inanimados para alcançar a excitação sexual.
Frotteurismo: contato e atrito com alguém contra sua vontade.
Masoquismo Sexual: apresentar voluntariamente à humilhação e abuso sexual.
Pedofilia: participação em atividade sexual com uma criança pré-púbere.
Sadismo sexual: ato abusivo sexuais ou humilhantes com outra pessoa.
Fetichismo trasvéstico: vestir com roupas do sexo oposto.
Voyeurismo: observar uma pessoa em atividades íntimas.
As parafilias são caracterizadas por anseios, fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes e intensos que envolvem objetos, atividades ou situações incomuns e causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo2.
As características essenciais de uma parafilia consistem de fantasias, anseios sexuais ou comportamentos recorrentes, intensos e sexualmente excitantes, em geral envolvendo objetos não humanos, sofrimento ou humilhação próprio ou do parceiro ou crianças ou outras pessoas sem o seu consentimento, tudo isso ocorrendo durante um período mínimo de 6 meses (Critério A)2.
O comportamento, os anseios sexuais ou as fantasias causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério B)2.
Quanto ao grau, a Parafilia pode ser leve, quando se expressa ocasionalmente, moderada, quando a conduta é mais freqüentemente manifestada e severa, quando chega a níveis de compulsão4.
A Psiquiatria Forense se interessa, predominantemente, pela forma grave, que para se caracterizar exige os seguintes requisitos4:
1. Caráter opressor, com perda de liberdade de opções e alternativas. O parafílico não consegue deixar de atuar dessa maneira.
2. Caráter rígido, significando que a excitação sexual só se consegue em determinadas situações e circunstâncias estabelecidas pelo padrão da conduta parafílica.
3. Caráter impulsivo, que se reflete na necessidade imperiosa de repetição da experiência.
Essa compulsão da Parafilia severa pode vir a ocasionar atos delinqüenciais, com severas repercussões jurídicas. É o caso, por exemplo, da pessoa exibicionista, a qual mostrará os genitais a pessoas publicamente, do necrófilo que violará cadáveres, do pedófilo que espiará, tocará ou abusará de crianças, do sádico que produzirá dores e
ferimentos deliberadamente, e assim por diante.
Dentre as abordagens clínicas, podemos citar:
A psicanálise clássica e as outras modalidades de psicoterapia de base analítica sugerem que algumas experiências sexuais comuns na história desses indivíduos resultariam na fixação em etapas da sexualidade infantil. Nesse sentido, a psicodinâmica tem contribuído para o entendimento da estrutura e do significado das fantasias dos pacientes parafílicos. No entanto, não dispomos de estudos controlados que demonstrem a sua eficácia no manejo desses pacientes5.
O tratamento das parafilias freqüentemente usados é baseado, principalmente, em intervenções psicoterápicas e regimes médicos baseados em uso de hormônios ou medicação psicoterápica3.
O tratamento biológicos, incluindo medicações e psicocirurgia, tem sido utilizado para os pacientes com pedofilia ou exibicionismo7.
O principal mecanismo de ação se deve à diminuição da libido, mas há quem advogue que as parafilias pertençam ao espectro dos transtornos obsessivo-compulsivos, em que as fantasias seriam obsessões e os comportamentos parafílicos compulsões, justificando assim o beneficio dos ISRS. Fluoxetina, sertralina e paroxetina são as medicações mais freqüentemente empregadas no manejo das parafilias. Algumas particularidades clínicas poderão nortear a escolha do ISRS: a paroxetina poderá ser eleita quando predominarem insônia e ansiedade; entretanto, assim como todo ISRS, pode ocasionar tontura, vertigem, cefaléia e uma variedade de sintomas gastrintestinais; a fluoxetina e a sertralina podem ser anorexígenas nos primeiros meses de uso, e podem ser priorizadas na presença de obesidade ou sobrepeso; deve-se evitar fluoxetina e paroxetina para pacientes em uso de dicumarínicos, glibenclamida entre outras medicações, devido ao maior potencial de interações; citalopram e escitalopram são ISRS que apresentam poucas interações medicamentosas5.
É recomendável que o paciente receba o tratamento psicofarmacológico associado com o psicoterapêutico7.


Fontes:

1.Boschi I. Parafilias, algunas consideraciones básicas. Disponível em  http://www.aap.org.ar/publicaciones/forense/forense-3/tema-7.htm. Em 10 de dezembro de 2009.
2.Associação Psiquiátrica Americana (APA)-DSM-IV.Porto Alegre: Artes Médicas; 1995.
3. Muse M,, Frigola G. La Evaluación y Tratamiento de Trastornos Parafílicos. C.          Med. Psicossom, 2003;65.  
4. Ballone G. J. Delitos Sexuais (Parafilias). Santa Catarina; 2005. Disponpivel em  http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewFile/12427/11991. Em 10 de dezembro de 2009.
5. Parafilias - Perversões sexuais (Parte IV). Disponível em http://www.portaldasexualidade.com.br/Medicos/Interna.aspx?id_conteudo=773&id_secao=127&id_item_secao=37. Em 12 de dezembro de 2009.
6. Czerny J.P., Briken P.,Berner W. Tratamiento antihormonal de pacientes parafílicos em clínicas psiquiátricas forenses alemanas. Eur Psychiatry Ed. Esp. (2002); 9: 327-330.
7. Abdo CHN. Sexualidade Humana e seus transtornos. 2ª ed rev amp. São Paulo: Lemos Editorial; 2001.





sábado, 30 de julho de 2011

Anorgasmia

Também chamado como transtorno orgásmico feminino, é definido como a inibição recorrente ou persistente do orgasmo feminino, manifestada pelo atraso recorrente ou ausência de orgasmo após fase normal de excitação sexual, que o clínico considera como sendo foco, intensidade e duração adequada. O transtorno diz respeito à incapacidade da mulher atingir o orgasmo pela masturbação ou coito. As mulheres que conseguem atingir o orgasmo com um desses métodos não são necessariamente classificadas como anorgásmica1.
O orgasmo tem um significado biológico e psicológico. Nos homens  e nas mulheres, o significado está ligado à sensação de prazer e ao relacionamento subsequente, com maior ou menor intensidade, à relação estabelecida com a parceira. O significado biológico é diferenciado entre homens e mulheres. Enquanto nos primeiros, o orgasmo se associa frequentemente à ejaculação, nas mulheres ainda não se conhecem nenhuma correlação biológica do orgasmo2.
Em termos psicodinâmicos, as causas da disfunção orgásmica podem ser entendidas2:
·                     Falta de técnica do parceiro, associada à sentimentos de culpa em relação ao sexo, por parte da mulher;
·                     Deficiência feminina em assumir um “papel erótico”, ou seja, evidenciar sua sexualidade, sensualidade;
·                     Temor à satisfação plena;
·                     Não resolução da evidência da “perda do pênis”;
·                     Traumas sexuais (abuso, defloração dolorosa);
·                     Situações existenciais (falta de atração, fadiga, conflitos conjugais, depressão, coito interrompido, etc).
As técnicas gerais (de preparação) para o tratamento da anorgasmia feminina são3:
            Relaxamento: são apresentados exercícios para que a mulher aprenda diferentes maneiras de relaxar, de melhorar sua percepção corporal e de identificar estados e pontos de tensão muscular que podem desfavorecer o desempenho sexual.
Auto-erotização: é um exercício feito principalmente no momento do banho, no qual a  mulher explora o próprio corpo (neste momento, sem incluir os genitais) e se permite reconhecer as regiões erógenas e o prazer sensorial, visando o bem-estar e o relaxamento.
Biblioterapia: são indicadas leituras diárias, em livros e textos sérios e de qualidade sobre sexualidade e orgasmo feminino para que a mulher se aproxime do assunto e adquira conhecimentos importantes para corrigir possíveis distorções cognitivas e também para facilitar a execução dos exercícios sexuais.
      Técnicas de auto-conhecimento corporal: com o auxílio de um espelho, a mulher se olha (primeiramente de roupa e, num segundo momento, nua) procurando observar com atenção as partes do corpo, perceber como se sente ao vê-las, o que agrada, o que pensa sobre elas, etc. Tal técnica tem por objetivo facilitar o processo de aprendizagem do comportamento orgásmico. Também é solicitado que, após se observar, a mulher anote todas as sensações, sentimentos e percepções e as leve para a próxima sessão de terapia sexual, a fim de que esses afetos sejam trabalhados com o auxílio do terapeuta sexual. 
Após a execução desses exercícios preparatórios, o terapeuta pode propor técnicas mais específicas para a dificuldade em questão, como:
 Foco ou focalização sensorial: exercício proposto ao casal e que consiste de duas partes. Na primeira, cada um faz massagem no corpo todo do outro (sem incluir os genitais e os seios), iniciando pelas costas e depois partindo para  frente. A segunda parte dessa prática, inclui a primeira e termina com carícias nos genitais, sem exigência da penetração. Este exercício permite o desenvolvimento de intimidade, comunicação verbal e não-verbal entre o casal.

Masturbação: consiste em a mulher explorar manualmente seus genitais, buscando se concentrar nas regiões mais excitantes e prazerosas. Desta forma, ela adquire auto-conhecimento e aprende formas de obter orgasmo.
Manobra de ponte: para mulheres que já sabem obter o orgasmo através da manipulação clitoridiana, este exercício consiste em a mulher ir experimentando o orgasmo clitoridiano com o pênis introduzido. Em uma posição que seja possível a penetração e também a estimulação do clitóris, no momento em que a mulher estiver experimentando o orgasmo via clitoridiana, o pênis deve ser introduzido.     Posteriormente, a estimulação manual do clitóris vai sendo interrompida cada vez mais cedo e a penetração é mantida, até o ponto em que o orgasmo ocorra sem a manipulação e somente com a penetração.
Psicoterapia: um tratamento, um bom recurso para o ser humano aprender a lhe dar com seu sofrimento e com questões que afligem naquele momento.


Referências:

1. Kaplan HI, Sadoch BJ, Grebb JA.Compêndido da Psiquiatria. 7ed. São Paulo: Artemed; 1977.
2. Abdo CHN, organizadores. Sexualidade humana e seus transtornos. 2.ed. ver e ampl. São Paulo: Lemos Editorial; 2001.
 3. Cavalcanti R, Cavalcanti M, Rodrigues Jr. OM, Zeglio C.Algumas técnicas para o tratamento da anorgasmia feminina. Portal da sexualidade (internet). Acessado em http://www.portaldasexualidade.com.br/Profissionais/Interna.aspx?id_conteudo=446&id_secao=126&id_item_secao=23


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entrevista...Virgindade!

Deixo aqui mais um trabalho em vídeo, agora sobre virgindade!!!
Vale a pena ver, refletir e divulgar!!!


http://www.youtube.com/watch?v=oMFDDckPO8w
ou
http://quebratabu.com.br/category/programa/



Abraços, 


Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana





quinta-feira, 16 de junho de 2011

HPV e o Câncer do colo do útero


     O papilomavírus humano (HPV) não é um único tipo de vírus, mas uma família de vários tipos. Os HPV são vírus da família Papovaviridae, com mais de 100 subtipos diferentes identificados. As lesões mais comumente associadas a esses vírus estão na pele ou em mucosas, com crescimento limitado e que regridem espontaneamente após resposta imune. Os subtipos 6 e 11 são encontrados na maioria das verrugas genitais (condilomas acuminados), também chamadas de "crista de galo". Os subtipos 16 e 18 são de alto risco e relacionados a tumores malignos, em especial ao câncer do colo do útero.
     Esse vírus pode ficar no corpo por muito tempo, sem se manifestar, entrando em ação sob determinadas condições, como na gravidez ou numa fase de estresse, ou seja, quando a defesa do organismo fica abalada.
     Na maior parte das vezes, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas. A mulher pode sentir uma leve coceira, dor durante a relação sexual ou notar algum corrimento. O mais comum é ela não perceber qualquer alteração.
     Na maioria dos casos, essa infecção não resulta em câncer, mas até 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino foram antes infectadas por esse vírus. No Brasil, cerca de 7.000 mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.
Em seus estágios iniciais, as lesões causadas pelo HPV (displasias), podem ser tratadas com sucesso, impedindo complicações futuras. Portanto, a melhor arma contra o HPV é a prevenção e o diagnóstico precoce.
     Também nos homens as manifestações clínicas mais comuns são as verrugas genitais, causadas pelos subtipos 6 e 11. Mas alguns tipos de HPV de alto risco, como o 16 e 18, também causam câncer, como o de pênis e da região anal.
   A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele infectada, sendo os HPV genitais transmitidos por meio de relações sexuais.
     A maioria das mulheres infectadas pelo HPV não desenvolve o câncer do colo do útero.

          Diagnóstico 
     Os seguintes exames podem ajudar:
     Papanicolaou - é o exame preventivo mais comum. Ele não detecta o vírus, mas as alterações que ele pode causar nas células;
     Colposcopia - exame feito por colposcópio, que aumenta o poder de visão do médico, permitindo identificar as lesões;
     Biópsia - retirada de um pequeno pedaço de tecido contaminado para análise;
     Captura híbrida - exame que consegue diagnosticar a presença do vírus mesmo antes de a paciente ter qualquer sintoma. É o único exame capaz de dizer com certeza se a infecção existe ou não.

          Prevenção

  • Por ser a principal causa do câncer do colo do útero, o HPV precisa ser descoberto o quanto antes. Por isso, exames preventivos anuais são importantes.
  • Usar preservativos (a prevenção não é 100%). O preservativo é uma boa prevenção para várias doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), das quais a infecção por HPV faz parte. Entretanto, o vírus HPV pode estar em qualquer parte da área genital, não necessariamente no pênis, e basta o contato para sua transmissão.
  • Prestar atenção aos seguintes sintomas: coceira, corrimento, sangramento anormal (principalmente fora da menstruação) e dor durante à relação sexual.
  • Fumar, beber em excesso ou usar drogas afeta o sistema de defesa do organismo, fazendo com que o HPV atinja a mulher com mais facilidade.
  • É importante que o parceiro também procure um médico para verificar se ele está com o vírus.

          Vacina contra o HPV
     Atualmente, a proteção considerada mais eficaz é a vacina contra HPV. Em 2006 chegou ao Brasil uma vacina para prevenir a infecção pelo HPV tipos 6, 11, 16 e 18.
     A vacina não serve para tratar quem já tem uma doença causada pelo HPV. É indicada para prevenir as conseqüências da infecção pelos quatro tipos de vírus, responsáveis por 70% dos cânceres causados por dois dos tipos de HPV presentes na vacina - 16 e 18 - ou por verrugas genitais (90% das verrugas são causadas pelos tipos 6 e 11, também presentes na vacina) em uma pequena parcela das mulheres que contraem a infecção.

          Fonte:
http://www.portaldasexualidade.com.br/Interna.aspx?id_conteudo=932&id_secao=125&id_item_secao=11

Para um estudo mais aprofundado:
  • Franco EL, Duarte-Franco E, Ferenczy A. Cervical cancer: epidemiology, prevention and the role of human papillomavirus infection. CAMJ 2001;164(7):1017-25.
  • Bishop A. Cervical dysplasia treatment: key issues for developing countries. Bulletin of the Pan American Health Organization 1996;30(4):378-86.
  • Folha de S. Paulo. Usar preservativo protege da infecção por HPV. Equilíbrio, 12 de julho de 2007, p. 7.
  • HPV e câncer do colo do útero. Merck Sharp & Dohme, MC 617/06, 2007.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Um novo trabalho...entrevistas!!! Acessem...

Bom dia,

Deixo aqui um pouco mais do meu trabalho, agora em vídeo.
Entrevistas sobre:
Sexo Seguro, Orgasmo Feminino, Masturbação Feminina e Masturbação


Acessem:






Espero que gostem, aprendam  e repassem...

Abraços,

Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Homossexualidade: do Conceito ao Tratamento - Parte II

Desenvolvimento Sexual Psicológico
     Constituída a base anatômica do sexo, desencadeia-se a definição sexual, do ponto de vista psicológico, isto é, a identidade de gênero, senso que o indivíduo tem de sua masculinidade ou feminilidade (KAPLAN & SADOCK, 1990).
     Essa identidade forma-se a partir das características anatômicas do indivíduo e das expectativas familiares e sociais. Esta é a matriz somático-familiar, na qual se inicia o processo de diferenciação e a definição sexual.
     A influência cultural manifesta-se por intermédio das expectativas familiares em relação à orientação sexual da criança. Tais expectativas se fazem presentes durante toda a infância, contribuindo para o desenvolvimento do papel sexual (de homem ou de mulher).
     Os padrões masculino e feminino. Adquiridos de forma natural e implícita em vários níveis sociais, sofrem tanto maior influência externa quanto mais o indivíduo cresce. Além disso, fatores antropológicos acham-se ligados, de forma abrangente, ao modo como a sexualidade é vivenciada, em diferentes culturas (GREGERSEN, 1983).
     Há variações culturais de incidência bem como de grau de sanção social imposta à homossexualidade. Padrões do papel de gênero (o que é considerado como comportamento “masculino” ou “feminino”) também variam entre diferentes culturas, da mesma forma que padrões constitucionais, de físico ou temperamento, podem vir a ser associados a conceitos variáveis de papel de gênero em culturas diversas.
     Essas tendências, socialmente determinadas, são relevantes em muitas culturas, no sentido de conduzir os indivíduos a papéis de gênero invertidos (MARMOR, 1973). Atuam nem sempre de modo explícito, mas por meio de interações sutis, não verbais, das quais os próprios agentes podem estar inconscientes.
     É a soma desses valores internalizados, associados ao desenvolvimento psicológico do indivíduo, que lhe confere a identidade de gênero. E é a partir das marcas vivenciais da primeira infância que se estabelece o desenvolvimento psicológico do indivíduo.
     Tomando o pensamento freudiano como parâmetro, podemos afirmar que a sexualidade ultrapassa a pura genitalidade e está relacionada também a um alívio de tensão. Quando nascemos, as nossas fontes de  satisfação sexual não são genitais e não há diferenciação psicológica da sexualidade.
     Na infância, há manifestações de atividade sexual cuja evolução estabelece um padrão de investimentos e comportamentos no adulto. Esta evolução da sexualidade ocorre, paralelamente, em duas vias: uma pessoal (com base fisiológica na elaboração do prazer) e outra interacional (o estabelecimento de uma relação com um objeto, na busca do prazer). O amor envolve o ato sexual, mas transcende significado (ABDO;SAADEH, 1995).
     Em linhas gerais, para FREUD, conforme DIERKENS (1972), o desenvolvimento da sexualidade implica numa evolução fisiológica, determinada por zonas erógenas (zonas produtoras de prazer) e pelo estabelecimento de uma interação como o objeto de interesse sexual. Esta evolução se dá por fases ou etapas: pré genital e genital.
     A primeira fase (pré genital) é a oral e transcorre do nascimento até cerca de dois anos de idade.
    A fase anal, que se inicia com o nascimento, atinge maior importância à época do desmame (por volta dos 18-24 anos), estendendo-se até os três anos de idade.
     A terceira fase do desenvolvimento pré genital da sexualidade é a fálica (dos três aos cinco anos de idade). Ao final desta, a criança encontra-se, em tese, apta a resolver, primariamente, seu complexo de Édipo.
     O complexo de Édipo não é só o amor do menino pela mãe e o seu ciúme e inveja do pai; ou ao amor da menina pelo pai e o seu ciúme e inveja da mãe. Para ser amado pelo pai, o menino tenta ser como a mãe (passando a adotar atitudes femininas); a menina, objetivando o amor da mãe, adota atitudes masculinas. Não tendo sucesso, substitui ela seu objeto de amor, passando a desejar o pai.
     Então, resoluções inadequadas do Édipo podem se originar de identificações heterólogas, com introjeção do genitor do sexo oposto e aversão ao genitor do sexo oposto e aversão ao genitor do mesmo sexo, o que seria a base da homossexualidade (NOBRE DE MELO, 1980).
     Após as fases pré genitais, a criança entra num período de latência, no qual a sexualidade, embora presente, não se expressa por novas manifestações (dos 6 aos 10 anos, em média).
     Quando a puberdade (com o aparecimento dos caracteres sexuais secundários), ocorre a fase genital propriamente dita, com desenvolvimento voltado à eleição do objeto e à forma de relação a ser estabelecida com ele.
    Formada a base psíquica na infância, é na adolescência que eclodem definições e dificuldades do desenvolvimento, a partir das quais, a identidade sexual, a elaboração subjetiva do prazer e a busca do objeto (parceiro) dão-se.
     FREUD (1973a) expressou, já em 1905, que como conseqüência da intensidade de alguns componentes ou de satisfações prematuras, se produzem, efetivamente, fixações da libido (energia dos instintos sexuais) em determinados pontos do desenvolvimento. Até esses pontos retorna a libido, facilmente, quando tem efeito uma repressão posterior (regressão).
   Estabelecida a identidade de gênero, a partir das atitudes parentais e culturais, associadas ao desenvolvimento sexual somático, cabe ao indivíduo o aprendizado sobre o comportamento característico do seu sexo ou do sexo oposto, ao que chamamos papel de gênero (KAPLAN & SADOCK, 1990). Este pode ou não ser coerente com a identidade de gênero.


Comportamento e Práticas Homossexuais
  Os homossexuais não constituem uma população homogênea, quanto à personalidade e ao comportamento. Preconceitos científicos e sociais, no entanto, conduzem a uma concepção estereotipada da homossexualidade (KOLODNY e cols.,1982).
    Além disso, não há características físicas comuns a todos, embora freqüentemente, homens delicados e mulheres agressivas sejam identificados como homossexuais, o que constitui numa generalização imprecisa (POMEROY, 1968).
   A tendência de uma adolescente à homossexualidade reflete-se mais na sua capacidade de sentir-se atraído por pessoas do sexo oposto do que por sua iniciação sexual com indivíduos do mesmo sexo que o seu (WAGNER, 1980).
   Designa-se como homossexual a prática sexual ativa (desempenho do papel masculino), a passiva (desempenho do papel feminino) e na mista (desempenho ora ativo ora passivo), entre pessoas de um mesmo sexo.


Mecanismos Psicodinâmicos da Homossexualidade
     Segundo HATTERER (1984), cinco fatores (ou combinações deles) são responsáveis pela incapacidade de realização heterossexual, uma vez que fixam o indivíduo total ou parcialmente na homossexualidade ou o identificam como heterossexual. São estes os fatores:
  1)Deficiência ou limitação constitucional, relacionado à imagem que o indivíduo tem do seu desenvolvimento corporal, sexual e de identidade sexual;
   2)Antecedentes de relações familiares ou sociais conturbadas. Exemplos: mãe possessiva, sedutora, agressiva, competitiva ou hostil; pai passivo, indiferente ou hostil; pai e mãe ausentes;
   3)Exposição a condicionamento homossexuais em períodos decisivos do desenvolvimento sexual e da identidade sexual:
   4) Uso de fantasias, sentimentos e atividades homossexuais ao lidar com dificuldades de caráter não erótico ou este uso substitutivo a emoções que o indivíduo não é capaz de expressar;
   5)Impedimentos ou distorções na expressão de emoções culturalmente ligadas ao sexo ) dependência, passividade, agressividade, hostilidade).
   As principais causas da homossexualidade persistente, para esse autor, estariam associadas a relações conturbadas familiares ou com companheiros, especialmente se ocorrem em períodos críticos do desenvolvimento psicossexual.


Tratamento
   Não sendo doença, a homossexualidade não demandaria tratamento.
     Porém, os homossexuais procuram, às vezes, o auxílio de um médico, no sentido de se reassegurarem ou mudarem de orientação sexual. Estes representam pequena fração. A maioria não busca nem deseja tratamento.
     Disfunções sexuais, tais como ejaculação precoce, disfunção erétil, anorgasmia, podem ocorrer tanto no homo como a heterossexuais masculinos que, neste caso, beneficiam-se de atendimento (medicamentoso e/ou psicoterápico).
     Dificuldades familiares e/ou sociais podem ser trabalhadas em psicoterapia.
    Entre aqueles que desejam mudar de homo para a heterossexualidade, o acompanhamento é mais bem sucedido se o interessado tem fantasias e/ou contatos heterossexuais esporádicos e prazerosos.
     Em contrapartida, MARMOR (1973), há quase três décadas, argumentava que, apesar do homossexual não fazer parte do campo de ação do psiquiatra, apenas por ser homossexual, justifica-se a intervenção psiquiátrica, profilaticamente indicada, para crianças ou adolescentes que não estivessem da fazendo identificações do papel de gênero “apropriadas”. Isto porque a sociedade encarava a homossexualidade como um desvio de conduta.

Abdo CHN. Sexualidade Humana e seus transtornos. 2ª ed rev amp. São Paulo: Lemos Editorial;176-181, 185-186; 2001.


Para um estudo aprofundado:

ABDO, C.H.N. & SADEH,A.- Transtornos da Sexualidade. In: LOUZÃ, M.; ELKIS, H; YANG PANG,W. & MOTTA, T.- Psiquiatria Básica. Porto Alegre, Artes Médicas, p.229-319, 1985.

DIERKENS, J.-Freud: antologia Comentada. Barcelona, Oikostau S.A., 1972.

FREUD, S.- Três Ensayos para uma Teoria Sexual. In FREUS,S. – Obras Completas. 3 ed. Madrid, Nueva Madrid, 1973 a, v.II,p.1172-1273.

GREGERSEN,E. – Práticas Sexuais: A História da Sexualidade Humana. São Paulo, Roca, 1983.

HATTERER, L.J.-Homosexuality. In: CORSINI, RJ.- Encyclopedia of Psychology, New York, wiley, vol.II,1984.

KAPLAN, H. & SADOCK, B.J.- Compêndio de Psiquiatria Dinâmica. Porto Alegre, Artes Médicas, 1984.

KAPLAN, H. & SADOCK, B.J.- Compêndio de Psiquiatria Dinâmica. Porto Alegre, Artes Médicas, 1990.

KOLODNY, R.C.; MASTER, W.H. & JOHNSON, V.E.- Manual de Medicina Sexual. São Paulo. Manole, 1992.

            LE VAY,S. & HAMER, D.H.- Evidence for a Biological influence in Male Homossexuality. Scientific American, 270(5):20-25, 1994.

MARMOR,J. A Inversão Sexual – As múltiplas Raízes da Homossexualidade. Rio de Janeiro, Imago, 1973.

MARMOR,J.-The Role of Instinct in Human Behavior. Psychiat, 5:509-516,1942.

NOBRE de MELO, A.L.-Psiquiatria.3ª  ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1981, vol I.

POMEROY,W.B.-Homosexuality, Transvestism and Transexualism, In: VICEBT, C.E.;SPRINGFIELD, C. & Thomas, C.-Human Sexuality in Medical Education and Pratica.New York, Gelacorte, 1986.

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