A estimulação
pode provocar orgasmos consecutivos na mulher, e ejaculação. O líquido que
esguicha da uretra é produzido nas glândulas de Skene e sua quantidade pode
variar de 15 a 200 mililitros. E, dependendo da quantidade expelida, pode
molhar bastante o lençol.
O médico
Theodore H. van de Velde publicou, em 1926, um manual sobre o casamento, no
qual mencionava que algumas mulheres expelem um líquido durante o orgasmo.
Antropólogos relataram rituais de puberdade na tribo batoro de Uganda, África,
onde a ejaculação feminina tem um papel importante num costume chamado
kachapati, que significa “aspergir a parede”. Nele a jovem batoro é preparada
para o casamento pelas mulheres mais velhas da aldeia, que lhe ensinam a
ejacular.
Em 1950, Gräfenberg
descreveu detalhadamente a ejaculação da mulher em relação ao prazer: “Essa
expulsão convulsiva de fluídos ocorre sempre no apogeu do orgasmo e
simultaneamente com ele. Se tem a oportunidade de observar o orgasmo dessas
mulheres, pode-se ver que grande quantidade de um líquido límpido e
transparente são expelidas em esguichos, não da vulva, mas pela uretra (...).
As profusas secreções que saem com o orgasmo não tem um objetivo lubrificador,
pois nesse caso seriam produzidos no início do coito e não no auge do orgasmo.”
Ejaculação
feminina e urina não são a mesma coisa
A partir de
1980, vários pesquisadores, inclusive o próprio Gräfenderg, se dedicaram a
examinar os fluidos expelidos pela mulher durante o orgasmo. A análise
estabeleceu a diferença entre fluidos ejaculados e urina. Embora os primeiros
resultados já tenham sido publicados no Journal
of Sex Research, em fevereiro de 1981, o desconhecimento da ejaculação
feminina como consequência de um grande prazer sexual continua causando
vítimas.
Há muito tempo
mulheres são encaminhadas para operação por serem consideradas portadoras de
incontinência urinária de estresse. Mas desde 1958, o urologista Bernard Hymel,
nos Estados Unidos, se recusa a operá-las por ter conhecimento do ponto G e da
ejaculação feminina. Tentou várias vezes expor
a seus colegas o equívoco de suas avaliações diagnosticas, mas a maioria
o considerou maluco, isolando-o.
Em busca de um
prazer maior
Algumas mulheres
descobrem por acaso a ejaculação feminina, e agora que se fala mais sobre o
prazer mais intenso que provoca a ejaculação, várias se esforçam para viver
essa experiência.
A sensação de
alívio e descarga que a mulher sente na ejaculação é diferente da que sente no
orgasmo. A ejaculação ocorre por meio de estimulação das partes sexuais que
circundam a uretra, como o ponto G e o ponto U (orifício da uretra). Quando a
mulher atinge o orgasmo, a ejaculação sai da uretra empurrada pelos músculos
vaginais PC (pubococcígeos).
A mulher pode
ter vários orgasmos e depois ejacular ou ejacular e ter vários orgasmos ao
mesmo tempo. Marcia e Lisa Douglas descreveram o vídeo How to Female Ejaculate, no qual quatro mulheres se masturbaram até
ejacular, enquanto as outras viveram essa experiência pela primeira vez
inadvertidamente por meio da estimulação do ponto G.
Todas as
mulheres podem ejacular. A questão é que a maioria nem sabe que isso é
possível, portanto, somente quando a cultura sexual reconhecer a ejaculação
feminina, um número maior de mulheres desenvolverá essa capacidade. O mesmo aconteceu com um
orgasmo. Enquanto se acreditou que o prazer sexual era restrito aos homens,
pouquíssimas mulheres sabiam o que era o orgasmo, e pior, nem tentavam
descobrir.
A repressão do
prazer sexual é tão grande em nossa cultura que somos obrigados a concordar com
Reich quando fala na “miséria sexual das pessoas”.
Fonte:
O
livro de Ouro do Sexo. Regina Navarro Lins.Flávio Braga. Rio de Janeiro.
Ediouro: 2005,p. 228-229.
Achei interessantíssimo esta matéria, e, de suma inportãncia não só para as mulheres, mas, principalmente para os homens para colaborar e incentivar suas parceiras para o desenvolvimento do prazer pleno e absoluto.
ResponderExcluirCom certeza Luiz! É preciso que o homem e a mulher conheça bem o seu corpo, para ter o prazer e incentivar o prazer do outro!
ExcluirAbraços,
Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana