terça-feira, 28 de agosto de 2012

Programa Falando Nisso - TV Band Vale


Boa noite...

Amanhã, dia 29 de agosto, estarei ao vivo no Programa "Falando Nisso", na Tv Band Vale, conversando sobre...
NÃO SINTO MAIS PRAZER COM MEU PARCEIRO E AGORA?
Das 13h55 às 14h35.
Ao vivo...será um bate papo informativo e

 muito interessante!!!
Abraços,

Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana
http://tvbandvale.com.br/v2/programa.php?id=114

domingo, 26 de agosto de 2012

Vaginismo


Foi Marion Simms, em 1862, quem primeiro designou e descreveu o vaginismo como um reflexo de defesa da musculatura do solo pélvico. Nele há um espasmo dos músculos perineais, que impedem total ou parcialmente a penetração da vagina, impossibilitando ou dificultando o coito e o exame ginecológico.
No vaginismo grave, além do espasmo da musculatura perivaginal, a paciente contrai os músculos adutores da coxa diante da simples aproximação do parceiro, a ponto de os joelhos ficarem como que colados um contra o outro. Não é de admirar que grande parte dos casamentos não consumados seja de mulheres vagínicas. No entanto, o quadro nem sempre é tão dramático, podendo apresentar diferentes intensidades. Nas formas mais simples, é possível penetração vaginal, ainda que incompleta.
O comum é que as pacientes vagínicas não tenham problemas de desejo nem tampouco com a excitação e o orgasmo. São pessoas perfeitamente responsivas, com boa lubrificação vaginal e que podem considerar a atividade sexual não coital aprazível e até muito gratificante.
O quadro é essencialmente funcional, o que o diferencia daqueles em que há lesões ou anomalias orgânicas que impossibilitam a penetração.
  
Classificação
O vaginismo pode ser primário ou secundário. Conceituamos como primários os casos em que a dificuldade sexual se manifesta desde a primeira tentativa de penetração, daí por que esses pacientes costumam ser portadoras de hímens íntegros ou parcialmente rotos.
Vaginismo secundário é aquele que aparece após um período da vida sexual ativa, determinado por uma motivação suficientemente  forte para estabelecer e condicionar a resposta espasmódica.

Etiologia
Walthard, em 1909, ao publicar em Munique um artigo intitulado “A etiologia psicogênica e a psicoterapia do vaginismo”, chamou a atenção pela primeira vez para a causalidade psicológica dessa disfunção.
O medo é a causa imediata do vaginismo, condicionando os músculos a uma reação de contratura. Inúmeras são as condições que podem determinar o medo da penetração. Ele pode decorrer de tentativas coitais dolorosas e repetidas, na vigência de algum processo orgânico pélvico. Nesses casos, embora o espasmo tenha sido determinado inicialmente como uma reação de defesa ao distúrbio local, a origem psicossomática do quadro se tipifica quando permanece a contratura, mesmo após a remoção das primitivas causas físicas detonadoras.
Com maior freqüência, o vaginismo primário tem sua origem em causas psicossociológicas. É comum encontrar na história dessas vagínicas um tipo de educação restritiva ou punitiva, em que o controle sobre os aspectos sexuais tenha sido tão intenso a ponto de desenvolver uma verdadeira repulsa pela atividade sexual. Em outras mulheres, há vivências sexuais destruidoras, experiências passadas de situações traumáticas, tentativas de estupro, visualização de cenas de sadismo, relatos distorcidos sobre a vida sexual.
Dessa mesma forma, o vaginismo secundário pode resultar de algum processo orgânico causador de dispareunia. Passando a ser a relação sexual uma situação aversiva, a paciente pode ter adquirido o hábito de esquiva que persistiu mesmo após a integral cura do processo orgânico. Quando a mulher é posta em uma situação da qual não é capaz de se esquivar, o medo da dor pode se apresentar de forma tão intensa que se exterioriza fisicamente por violenta contratura, acompanhada de fenômeno doloroso adicional que retroalimenta a cadeia que leva ao reflexo contrátil. Receio de gravidez, fobia de câncer, exames ginecológicos traumáticos e partos difíceis são outras causas que podem determinar o medo e produzir vaginismo.   
As mulheres vagínicas, autoritárias e agressivas dificilmente se submetem ao parceiro masculino. Não se deixam conquistar pelo amor, o que as faria sentir-se inferiorizadas. A relação entre os sexos pode ser sua real característica para se converter numa luta pelo poder conjugal. Elas costumam sagrar-se vitoriosas, pois quase sempre escolhem homens fracos, gentis e resignados como companheiro, os quais podem ser manipulados com facilidade. Com certa freqüência esses homens são portadores de disfunções eréteis primárias; outras vezes, o comportamento tirânico da mulher termina por castrá-lo psiquicamente, estabelecendo nele uma disfunção erétil reativa.
É interessante constatar que também há padrões de personalidade nos parceiros das vagínicas. Em geral, são indivíduos tranqüilos, reflexivos, tímidos, que elas se apressam em classificar como “muito compreensivos”, “delicados”, “inibidos” ou “inexperientes”. Essas rubricas muitas vezes escondem pessoas carentes de assertividade, personalidade passivas e dependentes, quando não servem de máscaras sob as quais se dissimulam disfunções eréteis ou quadros graves de ejaculação precoce.

Diagnóstico
O diagnóstico de vaginismo só deve ser feito por exame ginecológico que, além de evidenciar a disfunção, é capaz de precisar a intensidade do processo.
É importante levantar a história da dificuldade, procurando identificar as variáveis cognitivas e emocionais associadas, bem como caracterizar os medos e as fantasias. Como é freqüente haver disfunção sexual associada, é importante pesquisar os problemas relacionados ao homem.
Com efeito, uma disfunção ejaculatória grave ou um problema de ereção pode impedir a consumação do ato, e a mulher, por inexperiência ou ignorância, julgar-se responsável pelo problema. Essas intojeções são mais freqüentes do que se pensa.
Vale esclarecer, entretanto, que o vaginismo descoberto acidentalmente no curso de um exame ginecológico nem sempre deve ser tratado. A disfunção que exige terapia é aquela por que o par está em conflito, ou quando a paciente não tem parceiro certo. Se há um binômio disfuncional adequado, a harmonia pode ser tão perfeita e as gratificações sexuais sem penetração serem tão intensas que o tratamento isolado de um dos parceiros pode promover a inadequação sexual do par.
Também tem sido discutido se o quadro disfuncional masculino pode ou não ser desencadeado pelo comportamento vagínico da mulher. Acreditamos que, embora isso seja possível, na maioria das vezes a disfunção já existia. De qualquer forma, o exame do homem é um dos passos imprescindíveis do diagnóstico e da terapia do vaginismo, que busca como finalidade precípua não a simples eliminação de processos disfuncionais, mas a adequação intra e interpessoal.

Fonte:

Cavalcanti, R. Cavalcanti, M. Tratamento Clínico das inadequações sexuais. 3.ed. São Paulo:Roca, 2006. p.264-265.

sábado, 18 de agosto de 2012

Vanguarda Comunidade (Chamada) - Anorgasmia

Bom dia, 

Deixo aqui o link da chamada do Programa Vanguarda Comunidade, que será exibido amanhã, 19 de agosto, com o tema ANORGASMIA.
Acesse...
http://globotv.globo.com/tv-vanguarda-sp/vanguarda-comunidade/t/veja-tambem/v/chamada-vanguarda-comunidade-19-de-agosto/2094920/

Abraços, 

Marcia Eliane
Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana

Obs.: Será exibido pela Vanguarda de Taubaté, e não de São José dos Campos

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Adequado ao prazer


Outro dia parei em frente a uma banca de jornal e comecei a observar as manchetes das capas das revistas femininas. Duas delas me chamaram muito a atenção. Uma dizia o seguinte: "Sexo oral: saiba dar e sentir este prazer". A outra continha um artigo que falava algo sobre prazer que acompanha o sexo anal. 

Sexo oral e anal são dois temas polêmicos para muitas mulheres e, quando tratados de forma simples e quase compulsória de prazer, causam constrangimento ou revolta. 

Digo isso porque, quando discutimos com mulheres de todas as idades sobre as variações possíveis para uma relação sexual, há sempre uma reação de falta de graça ou de repugnância por parte de várias delas a respeito do sexo oral e, mais ainda, ao se falar de sexo anal. 

Sexo oral é tido como "nojento", por muitas, e o anal como "coisa para homossexuais". Mal sabem elas que cerca de 10% dos homossexuais masculinos não permitem serem penetrados por seus parceiros. Mas será que o grande problema destas duas variações do exercício da sexualidade está no nojo e na dor que possam causar? 

A região do ânus apresenta um grande número de terminações nervosas, sendo bastante sensível tanto à dor quanto ao prazer, de mulheres e do homem hetero ou homossexual. A penetração pode ser muito dolorosa e mesmo impraticável, se não houver relaxamento e lubrificação adequada da região, pois os estímulos dolorosos acabam se sobrepondo aos de prazer. 

Já o contato da boca de uma pessoa com o órgão genital da outra pode levar a um aumento de excitação, devido a estímulos que vão desde gosto e olfato até a imaginação. 

Sexo oral e anal podem ser prazerosos. Não são obrigatoriamente prazerosos nem obrigatoriamente nojentos e dolorosos. Por isto, discordo da forma como o tema às vezes é abordado pelas revistas. "É simples, experimente, você vai gostar", dizem as reportagens. Na verdade, quando o assunto é sexualidade humana não há o certo e o errado, o simples e o complicado e sim o adequado e o inadequado. 

Muitos condenam o sexo anal, argumentando que o reto contém uma musculatura com função expulsiva e a entrada do pênis, ou qualquer objeto, estaria contrariando esta função. Correto. Inclusive, eventualmente, pode ocorrer um afrouxamento progressivo da musculatura da região. 

Mas uma relação sexual envolve não apenas o biológico. O emocional, o social, o psicológico, o cultural, o religioso influem, e muito, na obtenção do prazer. Uma das funções do canal vaginal é receber o pênis, durante uma relação sexual. Então, como se explica o grande número de mulheres anatomicamente perfeitas que sentem dores durante a penetração? Também não estariam contrariando uma função? 

O ideal é que os casais descubram o que é interessante para eles. A obtenção do prazer deve ser uma preocupação dos dois. Abaixo a ditadura do experimentar tudo e ter que sentir prazer com todo e qualquer recurso. Não somos máquinas programáveis para processar dados e obedecer à risca "receitas milagrosas". Os sentimentos, as emoções, as motivações, os valores e a educação que recebemos pesam muito no nosso comportamento e na forma como exercemos nossa sexualidade. 

Depende muito do casal a disposição para a relação oral ou anal. Se há repugnância, aflição ou medo, o melhor é conversar e procurar outros jogos sexuais. Se não há impedimentos, porque não praticar? De qualquer forma, a decisão cabe aos dois e o diálogo, a compreensão - como sempre - são fundamentais. No caso de ejaculação dentro dos diferentes canais, o uso da camisinha é essencial contra a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e Aids. 


Fonte: