Usando a palavra "parafilias" para substituir o conceito de "perversão" é uma descoberta da sexologia do século XX. Não é apenas um novo nome diagnóstico.
Ele pressupõe uma abordagem humanista, que integra as descobertas científicas da função do cérebro, como a neurociência quer até as manobras sistêmica1.
Ele pressupõe uma abordagem humanista, que integra as descobertas científicas da função do cérebro, como a neurociência quer até as manobras sistêmica1.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística (quarta edição), o DSM-IV, faz parte da classificação de Parafilias os seguintes diagnósticos do DSM.IV:
Exibicionismo,
Fetichismo,
Frotteurismo,
Pedofilia,
Masoquismo,
Sadismo,
Fetichismo Transvéstico,
Voyeurismo e Parafilia Sem Outra Especificação, como
Escatologia Telefônica,
Necrofilia,
Parcialismo,
Zoofilia,
Coprofilia,
Clismafilia e
Urofilia2.
E pode-se defini-los como3:
Exibicionismo: exposição dos órgãos genitais para um estranho.
Fetichismo: uso de objetos inanimados para alcançar a excitação sexual.
Frotteurismo: contato e atrito com alguém contra sua vontade.
Masoquismo Sexual: apresentar voluntariamente à humilhação e abuso sexual.
Pedofilia: participação em atividade sexual com uma criança pré-púbere.
Fetichismo: uso de objetos inanimados para alcançar a excitação sexual.
Frotteurismo: contato e atrito com alguém contra sua vontade.
Masoquismo Sexual: apresentar voluntariamente à humilhação e abuso sexual.
Pedofilia: participação em atividade sexual com uma criança pré-púbere.
Sadismo sexual: ato abusivo sexuais ou humilhantes com outra pessoa.
Fetichismo trasvéstico: vestir com roupas do sexo oposto.
Voyeurismo: observar uma pessoa em atividades íntimas.
Fetichismo trasvéstico: vestir com roupas do sexo oposto.
Voyeurismo: observar uma pessoa em atividades íntimas.
As parafilias são caracterizadas por anseios, fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes e intensos que envolvem objetos, atividades ou situações incomuns e causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo2.
As características essenciais de uma parafilia consistem de fantasias, anseios sexuais ou comportamentos recorrentes, intensos e sexualmente excitantes, em geral envolvendo objetos não humanos, sofrimento ou humilhação próprio ou do parceiro ou crianças ou outras pessoas sem o seu consentimento, tudo isso ocorrendo durante um período mínimo de 6 meses (Critério A)2.
O comportamento, os anseios sexuais ou as fantasias causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério B)2.
Quanto ao grau, a Parafilia pode ser leve, quando se expressa ocasionalmente, moderada, quando a conduta é mais freqüentemente manifestada e severa, quando chega a níveis de compulsão4.
A Psiquiatria Forense se interessa, predominantemente, pela forma grave, que para se caracterizar exige os seguintes requisitos4:
1. Caráter opressor, com perda de liberdade de opções e alternativas. O parafílico não consegue deixar de atuar dessa maneira.
2. Caráter rígido, significando que a excitação sexual só se consegue em determinadas situações e circunstâncias estabelecidas pelo padrão da conduta parafílica.
3. Caráter impulsivo, que se reflete na necessidade imperiosa de repetição da experiência.
Essa compulsão da Parafilia severa pode vir a ocasionar atos delinqüenciais, com severas repercussões jurídicas. É o caso, por exemplo, da pessoa exibicionista, a qual mostrará os genitais a pessoas publicamente, do necrófilo que violará cadáveres, do pedófilo que espiará, tocará ou abusará de crianças, do sádico que produzirá dores e
ferimentos deliberadamente, e assim por diante.
Dentre as abordagens clínicas, podemos citar:
A psicanálise clássica e as outras modalidades de psicoterapia de base analítica sugerem que algumas experiências sexuais comuns na história desses indivíduos resultariam na fixação em etapas da sexualidade infantil. Nesse sentido, a psicodinâmica tem contribuído para o entendimento da estrutura e do significado das fantasias dos pacientes parafílicos. No entanto, não dispomos de estudos controlados que demonstrem a sua eficácia no manejo desses pacientes5.
O tratamento das parafilias freqüentemente usados é baseado, principalmente, em intervenções psicoterápicas e regimes médicos baseados em uso de hormônios ou medicação psicoterápica3.
O tratamento biológicos, incluindo medicações e psicocirurgia, tem sido utilizado para os pacientes com pedofilia ou exibicionismo7.
O principal mecanismo de ação se deve à diminuição da libido, mas há quem advogue que as parafilias pertençam ao espectro dos transtornos obsessivo-compulsivos, em que as fantasias seriam obsessões e os comportamentos parafílicos compulsões, justificando assim o beneficio dos ISRS. Fluoxetina, sertralina e paroxetina são as medicações mais freqüentemente empregadas no manejo das parafilias. Algumas particularidades clínicas poderão nortear a escolha do ISRS: a paroxetina poderá ser eleita quando predominarem insônia e ansiedade; entretanto, assim como todo ISRS, pode ocasionar tontura, vertigem, cefaléia e uma variedade de sintomas gastrintestinais; a fluoxetina e a sertralina podem ser anorexígenas nos primeiros meses de uso, e podem ser priorizadas na presença de obesidade ou sobrepeso; deve-se evitar fluoxetina e paroxetina para pacientes em uso de dicumarínicos, glibenclamida entre outras medicações, devido ao maior potencial de interações; citalopram e escitalopram são ISRS que apresentam poucas interações medicamentosas5.
É recomendável que o paciente receba o tratamento psicofarmacológico associado com o psicoterapêutico7.
Fontes:
1.Boschi I. Parafilias, algunas consideraciones básicas. Disponível em http://www.aap.org.ar/publicaciones/forense/forense-3/tema-7.htm. Em 10 de dezembro de 2009.
2.Associação Psiquiátrica Americana (APA)-DSM-IV.Porto Alegre: Artes Médicas; 1995.
3. Muse M,, Frigola G. La Evaluación y Tratamiento de Trastornos Parafílicos. C. Med. Psicossom, 2003;65.
4. Ballone G. J. Delitos Sexuais (Parafilias). Santa Catarina; 2005. Disponpivel em http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewFile/12427/11991. Em 10 de dezembro de 2009.
5. Parafilias - Perversões sexuais (Parte IV). Disponível em http://www.portaldasexualidade.com.br/Medicos/Interna.aspx?id_conteudo=773&id_secao=127&id_item_secao=37. Em 12 de dezembro de 2009.
6. Czerny J.P., Briken P.,Berner W. Tratamiento antihormonal de pacientes parafílicos em clínicas psiquiátricas forenses alemanas. Eur Psychiatry Ed. Esp. (2002); 9: 327-330.
7. Abdo CHN. Sexualidade Humana e seus transtornos. 2ª ed rev amp. São Paulo: Lemos Editorial; 2001.